São Paulo, domingo, 24 de novembro de 1996 |
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Museu vira loja e restaurante
NATASHA SZANIECKI
Em São Paulo é possível tomar café da manhã no Museu de Arte Moderna, almoçar no Museu de Arte de São Paulo, comer sobremesa no Museu Brasileiro da Escultura e sair para sessão de compras no Museu de Arte Contemporânea e no tradicional Museu do Ipiranga, ambos da Universidade de São Paulo. Os 40 milhões de visitantes anuais dos museus norte-americanos têm à disposição desde guarda-chuvas até "roupas-de-baixo" com os logotipos museológicos. Em São Paulo, as lojas de museu se chamam "lojinhas". Mas no acervo paulistano há espaço para CDs latino-americanos e para utensílios para mexer beiju, bolo de massa de tapioca de origem indígena, no Memorial, e para echarpes e cachepôs, suportes de vasos, no MAC-USP. No corredor que dá acesso à Bienal, mostra que termina no dia 8 de dezembro no parque Ibirapuera, há espaço para camisetas, catálogos e até para selos postais com estampas de telas expostas. Nas lojinhas a arte se encontra com suvenires. Também invade os cardápios e aparece nos restaurantes, em pratos como Bacalhau Di Cavalcanti, que está no menu do Masp. Tese A "invasão comercial" nos museus é inclusive objeto de tese. Os museus modernos cresceram com o impulso das lojas de departamento. Essa é a opinião de Lawrence Rosenfield, professor da universidade da cidade de Nova York, que esteve em São Paulo no final de outubro para um congresso de artes plásticas. Segundo o historiador, de "vitrine da civilização" de cada país, os museus viraram os templos das vitrines. Comer e comprar são verbos frequentes nos museus. Texto Anterior: Saiba o que é o Big Bang Próximo Texto: No shopping, loja vende reproduções francesas Índice |
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