São Paulo, sábado, 30 de novembro de 1996 |
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NY traduz linha, forma e cor de Kelly
CLÁUDIA TREVISAN
A produção de Kelly dos últimos 50 anos é tema da mais completa retrospectiva de sua obra realizada até hoje. Promovida pelo Museu Guggenheim, de Nova York, a exposição reúne 250 objetos, entre pinturas, esculturas, desenhos, colagens e fotografias. Kelly realizou neste ano cinco quadros especialmente para a mostra. São grandes telas monocromáticas com formas curvas. Seus primeiros trabalhos presentes na exposição datam do final da década de 40, quando Kelly morava em Paris. O pintor se mudou para a França em 1948, depois de servir como soldado na Segunda Guerra Mundial. Paris A opção pela pintura abstrata é clara desde o início de sua obra. Enquanto esteve em Paris, onde morou até 1954, Kelly pintou quadros como "Cité" e "Colors Arranged by Chance". No primeiro, uma série de linhas paralelas horizontais dispostas em colunas verticais transmitem a impressão de um aglomerado urbano. Em "Colors", Kelly usou a técnica da colagem para criar uma tela quadriculada, na qual as cores foram distribuídas ao acaso. Nos anos seguintes, Kelly abandonou qualquer código que sugerisse relação com a arte figurativa, ainda que remota -como o tema de "Cité" ou de outro quadro da mesma época, que fazia referência ao rio Sena. A simplicidade e a economia de recursos passaram a imperar. E isso se reflete nos nomes dos quadros, que quase invariavelmente fazem menção a cores e formas. ("Blue Green Yellow Orange Red" ou "Blue Relief with Black", por exemplo). Curvas Na década de 70, Kelly rompe com o conceito de tela retangular ou quadrada e começa a desenvolver quadros de diferentes formas, a maioria das quais curvas. Mais recentemente, o pintor passou a fazer telas assimétricas e a reuni-las em uma única composição. A exposição contém 40 desenhos e colagens de 1951, que traduzem com perfeição a concepção artística de Kelly. Os trabalhos eram destinados a um livro que teria o título sugestivo de "Linha, Forma e Cor". Fotografias As fotografias em preto-e-branco reunidas no museu Guggenheim surpreendem pela capacidade de Kelly em reproduzir a arte abstrata em um meio diferente da pintura. Sombras e ângulos são os temas das fotos do artista plástico, que têm a mesma simplicidade de seus quadros. A exposição é completada pelas esculturas e por uma seleção de colagens em postais, nas quais Kelly conjuga a arte figurativa e abstrata. A retrospectiva estará em cartaz no Guggenheim até o dia 15 de janeiro. Texto Anterior: Drogas são o 'alvo' brasileiro Próximo Texto: José Saramago fala sobre novo projeto Índice |
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