São Paulo, segunda-feira, 2 de dezembro de 1996
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'Corvo' vira rei do clipe

THALES DE MENEZES
DA REPORTAGEM LOCAL

Em cartaz nos cinemas de São Paulo, "O Corvo: A Cidade dos Anjos" mostra o primeiro trabalho do ator francês Vincent Perez, 31, no cinema norte-americano.
É bom se acostumar com ele, porque Perez vai estar nos próximos videoclipes de algumas das bandas de rock mais badaladas.
Em entrevista exclusiva à Folha, por telefone de Los Angeles, Perez fala de sua carreira nos EUA.
*
Folha - Você tomou o lugar de Brandon Lee e assumiu o papel do mecânico assassinado que volta do mundo dos mortos. Por que um ator francês aceitou esse papel?
Vincent Perez - Bem, infelizmente Brandon morreu durante as filmagens de "O Corvo". Os produtores idealizaram uma sequência e queriam alguém que fosse parecido com o personagem do gibi, mas sem ser um sósia de Brandon. Então... aqui estou eu.
Quanto a ser francês, acho que poderia ser oriental, americano... Para mim foi perfeito, porque queria filmar na América.
Folha - Qual a diferença de trabalhar na Europa e nos EUA?
Perez - Ritmo. Cara, eles são totalmente malucos na América. Não digo malucos irresponsáveis, mas malucos porque tentam sempre coisas que, à primeira vista, parecem impossíveis. E eu tive a felicidade de trabalhar com Tim Pope, que fez muitos videoclipes. Toda a equipe estava acostumada a trabalhar em ritmo frenético.
Folha - Você vai participar de um clipe dirigido por Pope, não?
Perez - Sim, é o novo clipe do novo single do Hole. Fiquei muito amigo de Iggy Pop nas filmagens e a maioria dos amigos que fiz nos EUA são gente ligada ao rock. Farei outro clipe com Pope, para uma canção do Bush. E o pessoal do Soundgarden me convidou para trabalhar com eles.
Folha - É o novo rei dos clipes?
Perez - Acho que sim. Mas é algo que gosto de fazer. Demora pouco tempo para fazer, é veiculado no mundo todo e pode resultar em coisas bem interessantes.
Folha - "A Cidade dos Anjos" teve uma recepção morna nas bilheterias dos EUA. O que você diz?
Perez - Normal. Sabe, acho que muitos filmes só vão realmente mostrar todo o seu potencial comercial no mercado de vídeo. Esse é o tipo de filme para a molecada, daqueles que você aluga para ver com amigos numa tarde de chuva.
Folha - Você interpretou um personagem de quadrinhos e vai aparecer em clipes. Seu público terá maioria de adolescentes, não?
Perez - Para mim está ótimo. São os grandes consumidores de cinema e vídeo. É interessante fazer filmes para eles, que são os propulsores de mudanças na sociedade. Prefiro fazer filmes para garotos cheios de adrenalina do que para senhores acomodados nas poltronas.

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