São Paulo, segunda-feira, 2 de dezembro de 1996
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Kim Novak virou as costas a Hollywood

ADRIANE GRAU
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Dividindo seu tempo entre Carmel (cerca de 160 km ao sul de San Francisco) e um rancho no Oregon, Kim Novak, 63, afirma que vive feliz e realizada longe dos holofotes de Hollywood.
Desde 1976 ela se dedica à criação de lhamas e cavalos ao lado do marido, Robert Malloy, que é veterinário.
A descendente de imigrantes tchecos que chegou à fama após ser descoberta pelos estúdios numa campanha publicitária para geladeiras aos 16 anos de idade faz questão de dizer que sempre negou o padrão hollywoodiano.
"Quando saí de Chicago para fazer meu primeiro filme, achei que voltaria em um mês", lembra ela. "Demoraram três anos, mas minha mãe me fez ajudá-la a lavar pratos como antes e isso me mostrou que eu no fundo era a mesma pessoa".
A atriz vem tentando escrever sua autobiografia, mas confessa que os cavalos e a vida livre desviam sua atenção.
"Só escrevo quando o tempo está ruim e não posso cavalgar", conta.
"Não sei quanto tempo vou levar para terminar o livro, mas sei que é importante para mim dizer o que penso sobre tudo que me aconteceu".
Ao lado de outras beldades loiras, como Grace Kelly e Ingrid Bergman, Kim Novak foi mais um exemplo da mulher ao mesmo tempo fria e sexy idealizada pelo mestre do suspense.
"Mas ele me deixou ser eu mesma, confiou em meus instintos e assim confiou também na audiência", lembra ela.
Segundo Novak, detalhes práticos das filmagens também mudaram sua vida. "Mergulhar no tanque que representava a tentativa de suicídio de Madeleine na baía de San Francisco foi assustador", afirma.
"Até hoje eu não sei nadar". Ela também não sabia dirigir. "Quando Madeleine entra no carro, há um homem movendo os pedais para mim", revela a atriz. "Nas pausas ele massageava meus pés", brinca.
A vida de reclusa gera constantes especulações em torno de sua saúde. "Por isso de vez em quando me sinto obrigada a aparecer em público", diz ela.
(AG)

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