São Paulo, segunda-feira, 2 de dezembro de 1996
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Euromoeda só será usada em seis países

DO "THE INDEPENDENT"

A maior parte dos governos e dos mercados europeus agora acredita que a moeda única européia será lançada de acordo com o cronograma, em janeiro de 1999, mas que apenas seis países devem adotá-la desde o início.
No entanto, ainda restam dúvidas sobre a unificação monetária. Quais países farão parte do euro e quais ficarão de fora? Que tipo de disciplina haverá para que os países participantes mantenham-se alinhados economicamente? Como será resolvido o problema do emprego? E o principal, até que ponto os europeus realmente querem adotar o euro?
Uma pesquisa recente na Alemanha, país cuja não-participação na união monetária é impensável, mostrou que apenas uma em cada cinco pessoas quer o euro em 1999.
Parece agora que Alemanha, França, Áustria, Bélgica, Holanda e Luxemburgo vão estar no primeiro time. Finlândia e Irlanda estão entre os possíveis participantes com credibilidade.
Já é quase certeza que o Reino Unido, a Dinamarca, a Grécia e a Suécia não adotarão o euro em 1999. Itália, Portugal e Espanha são ainda uma dúvida.
Mas esses países estão cada vez mais próximos de fazer parte do primeiro time, atingindo os critérios do Tratado de Maastricht.
O tratado determina que, no próximo ano, os países que querem fazer parte do euro precisam ter um déficit orçamentário menor do que 3% do PNB (tudo que é produzido por um país), uma dívida pública menor do que 60% do PNB e uma inflação de até 1,5 ponto percentual superior à média das três menores inflações da UE.
Para estar na união monetária, também é necessário participar do Sistema Monetário europeu, que regula o câmbio das moedas.
Estabilidade
A Alemanha quer que, para adotar o euro, os países devam também mostrar estabilidade econômica nos últimos anos, o que excluiria a Itália, Espanha e Portugal.
Sobre os meios de manter os países alinhados, os ministros das Finanças dos 15 países se encontram hoje em Bruxelas para tratar do assunto. Deve ser instituída uma penalidade para quem, após a união monetária, desrespeitar os critérios estabelecidos por Maastricht. A penalidade pode vir até sob a forma de sanções econômicas.
As sanções só não seriam impostas se o país provasse estar passando por recessão, com o aumento do desemprego -uma das maiores preocupações na Europa hoje.
A sanção não seria imposta se o PNB do país caísse 2%, de acordo com a proposta alemã. Seria um meio de garantir o emprego.

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