São Paulo, segunda-feira, 2 de dezembro de 1996
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Cidade tenta superar divisão

DO "LE MONDE"

A reconstrução do centro e a transferência do governo federal lançaram um movimento que a coalizão municipal de Berlim, liderada pelo prefeito democrata-cristão Eberhard Diepgen, pode explorar para construir um projeto unificador na cidade.
Ocupada com as tarefas administrativas da reunificação, a coalizão frequentemente se perde em discussões muito pouco unificadoras, como a de decidir a demolição ou não do Palácio da República, símbolo da antiga República Democrática Alemã, erguido sobre as ruínas do antigo Castelo de Berlim, e se este por sua vez deve ou não ser reconstruído.
Condenados à convivência, berlinenses dos lados oriental e ocidental -ou pelo menos muitos entre eles- ainda estão longe de se enxergar como viajantes de um mesmo trem.
Quem sabe disso muito bem são os editores dos jornais berlinenses, que nunca conseguiram vender os títulos ocidentais no lado oriental, nem sequer vice-versa.
Por 45 anos, Berlim se acostumou a viver voltada para ela mesma, encravada no muro, no lado ocidental, ou fechada em seu papel de capital artificial, no oriental.
Nada seria mais perigoso para ela do que não conseguir deixar para trás essa mentalidade de sitiados privilegiados.

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