São Paulo, terça-feira, 3 de dezembro de 1996
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Verbetes guiam as paixões em novo filme de Werneck

ERIKA SALLUM
ENVIADA ESPECIAL A BÚZIOS

Para os encontros e desencontros do amor, nada melhor do que um dicionário que guie os apaixonados.
Chega em janeiro nas telas do Rio e de São Paulo o longa-metragem "Pequeno Dicionário Amoroso", dirigido por Sandra Werneck.
Como sugere o título, a narrativa é dividida em verbetes de A a Z, em que é mostrada uma série de reflexões sobre o universo afetivo.
O filme conta a história de um casal, Luiza (Andréa Beltrão) e Gabriel (Daniel Dantas), que se conhece por acaso e, mesmo contra a própria vontade, se apaixona.
"Quando tive a idéia desse projeto, estava passando por experiências das quais precisava falar. Daí pensei em transformá-las em um filme", revelou a diretora, em entrevista à Folha em Búzios.
Junto com parte do elenco, Sandra estava na cidade no último fim-de-semana para a pré-estréia de "Pequeno Dicionário", no 3º Búzios Cine Festival.
A película foi exibida durante o Festival de Brasília deste ano, ganhando prêmios de melhor fotografia e montagem.
O roteiro é assinado por José Roberto Torero e Paulo Halm, com quem a diretora trabalhou em "Canudos Comunhão", longa produzido em 1995 para a TV alemã ZDF.
Gente como a gente
Luiza, uma mulher de 30 anos, que, como tantas outras, quer se apaixonar e ser feliz. De repente, encontra o biólogo Gabriel. Mesmo a contragosto, iniciam um romance.
"Eu queria um elenco charmoso, mas que não tivesse aquele glamour que distancia a obra do espectador. Meu filme fala de pessoas comuns. Por isso, escolhi a Andréa e o Daniel", disse Sandra.
A obra conta, ainda, com as presenças dos atores Tony Ramos e Mônica Torres e tem participação especial de José Wilker, Glória Pires e Marcos Winter. "Pequeno Dicionário" começou a ser gravado há cerca de dois anos, mas as filmagens tiveram de ser interrompidas devido à gravidez de Andréa Beltrão, que atualmente espera seu segundo filho.
Onze meses depois, a equipe retomou o trabalho, que levou sete semanas para ser rodado. "Houve muitas modificações no roteiro, tivemos mais tempo para elaborá-lo", afirmou a diretora.
"O que me fascina na minha personagem é o fato de ela ser gente como a gente, uma pessoa que pode ser sua prima ou sua irmã", contou Andréa Beltrão.
Daniel Dantas acrescenta que o filme também agrada por abordar o conflito entre a realidade e as expectativas que existem em relação ao ser amado.
O custo total do projeto foi de cerca de R$ 800 mil.
O filme entra em cartaz dia 17 de janeiro no Rio e dia 24 em São Paulo. Não há previsão para seu lançamento em outras cidades brasileiras.

A jornalista Erika Sallum e o fotógrafo Otavio Dias de Oliveira viajaram a convite da organização do festival.

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