São Paulo, quarta-feira, 4 de dezembro de 1996
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Parceria é opção para reforma agrária

FELIPE MIURA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Um sistema integrado de produção e comercialização de verduras, legumes e frutas tornou viável a reforma agrária em um dos assentamentos de Promissão (480 km a noroeste de São Paulo).
A empresa De Christo Agropecuária, que criou o sistema, já fechou contrato com 60 grupos de ex-trabalhadores sem-terra da Fazendas Reunidas.
A De Christo pertence ao grupo Gentil Moreira, que entre outros negócios possui uma rede de supermercados no interior paulista.
Os agricultores fornecerão à empresa verduras, legumes e frutas pelo período de um ano.
A De Christo garante a venda de toda a safra e melhores preços ao agricultor.
Além da safra do assentamento, a empresa recebe ainda a produção de outros 70 agricultores de São Paulo, Paraná, Goiás e Espírito Santo.
"A vantagem do sistema de integração é a possibilidade de programar, desde a lavoura, o volume que será comercializado e a margem de lucro de cada segmento envolvido", afirma Tarciso de Souza Santos, diretor da De Christo.
Segundo ele, a empresa, cuja sede fica em Promissão, já acertou a venda dos 155 produtos que pretende fornecer a quatro redes de supermercado até dezembro de 97.
Para garantir o suprimento, a empresa já combinou com os agricultores os produtos, a época de plantio e a área a ser cultivada.
"A centralização do planejamento da produção, por parte da De Christo, evita excesso ou escassez de oferta", diz Santos.
Segundo ele, isso impede o encalhe da safra ou a falta do produto no varejo.
"Além da garantia da venda do produto, os preços, tanto para o agricultor como para os supermercados e consumidores, são favoráveis, uma vez que os intermediários são eliminados", afirma.
Transparência
Ele cita, como exemplo, os produtores de tomate integrados do Estado de São Paulo, que receberam R$ 10,76 em média pela caixa de 24 kg da hortaliça entre agosto e outubro últimos, quando o preço no mercado era de R$ 8/caixa.
"A negociação é transparente, pois o agricultor sabe qual foi o preço acertado com o varejista", diz Santos.
A De Christo mantém uma equipe de engenheiros agrônomos que presta assistência técnica aos produtores integrados.
"A intenção é garantir bom padrão de qualidade aos produtos comercializados", diz o diretor da De Christo.
O volume negociado hoje pela empresa é de 1.000 t de hortifrutis por mês.
Desse total, entre 40% e 45% são produzidos pelos integrados, 25% pela De Christo e o restante é adquirido de terceiros.
O faturamento bruto da empresa deve chegar a R$ 10 milhões em 96. Para 97, a previsão é de R$ 16 milhões, segundo Santos.

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