São Paulo, domingo, 8 de dezembro de 1996
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Casal se esconde no banheiro de madrugada

DA REPORTAGEM LOCAL

A professora S.V., 30, tem sido obrigada acordar frequentemente durante a madrugada e procurar um lugar para se abrigar dentro do próprio apartamento.
S.V. mora em Ipanema, próximo ao morro do Canta Galo. "Há cerca de 15 dias tive de acordar por volta das 2h. Havia um grande tiroteio na favela. Consegui identificar rajadas de metralhadoras, tiros e até granadas", conta.
Segundo S.V., ela e o marido foram se abrigar no banheiro, onde não há nenhuma janela. "Não é a primeira vez que isso acontece. Numa outra ocasião cheguei a ver riscos claros cruzando o céu. Andei de quatro pelo apartamento, recolhi algumas roupas e saí dali."
Segundo ela, muitas vezes é possível acompanhar o resultado do tiroteio pela televisão ou mesmo por meio de megafones na favela, que "anunciam as mortes".
Já o pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro Antonio Galina Filho conta que um tiroteio obrigou as pessoas que estavam sentadas em um bar em Bonsucesso a se esconder dentro da casa.
"Os que estavam do lado de fora recolheram as coisas e foram para dentro do bar, com medo de balas perdidas."

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