São Paulo, domingo, 8 de dezembro de 1996
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Brasileiros adotam o personal training

ALEXANDRA OZORIO DE ALMEIDA
DA REPORTAGEM LOCAL

O personal trainer, ou treinador pessoal, não é mais privilégio de poucos. O profissional, que antes só era visto ao lado de atores, atletas e famosos em geral, está mais acessível para os mortais.
Os personal trainers são professores particulares de educação física que atendem os alunos em casa, nas academias ou em parques.
As sessões duram cerca de uma hora, e o personal monta uma programação adequada às metas e necessidades de cada um.
"No personal training, tentamos conscientizar as pessoas de que é necessária uma mudança de rotina" diz Renato Dutra Neto, 24, sócio-proprietário da BPM.
"Determinamos quanto tempo demora para cada pessoa atingir objetivos razoáveis, e desenvolvemos trabalhos de longo prazo."
O personal training existe no Brasil há vários anos, mas o "boom" se deu há dois anos.
"Professor particular existe há muito tempo. O personal, que é parecido, chegou por meio de professores que viajaram para os Estados Unidos, fizeram cursos e implantaram o sistema aqui", diz Celso Cunihiro, 30, professor da Competition e personal trainer.
Exclusividade
Uma das grandes vantagens do personal training é o atendimento personalizado. As academias em geral não conseguem atender as necessidades de cada aluno.
"Quanto maior o descaso das academias para com as pessoas, mais gente passa a procurar os personal trainers", diz Antonio Eduardo da Silva, 38, o "Dudu".
"Temos de respeitar os limites de cada um. Controlo a alimentação, condição física e desempenho de cada aluno. Até ligo no final da tarde para saber o que estão comendo", diz.
"Como desenvolvemos um trabalho voltado para as necessidades de cada um, os resultados aparecem muito mais rapidamente", afirma Franco Ferro, 29, professor da Triathon e personal trainer.
"As pessoas precisam de estímulo. Não sabem malhar, consideram monótono e se sentem inibidas em treinar em uma sala cheia", explica Betty Tessuto, 33, gerente de marketing da academia.
A sala VIP terá uma equipe de treinadores, equipamentos americanos e um serviço de garçons.
Para Mario Sérgio Andrade Silva, 29, gerente da Aquasport, a tendência é das academias investirem mais em personal trainers. "Só vão sobreviver as academias que investirem em equipamentos e profissionais qualificados", diz.
"Não percebem que estão perdendo clientes por causa do atendimento que oferecem. Os alunos querem cada vez mais um atendimento personalizado", diz Dudu.
Criatividade
Uma razão da popularização do serviço é que, mesmo quem não tem aparelhos em casa, pode ter um personal trainer. Fora as academias que oferecem a modalidade, muitos personal trainers atendem em parques ou se viram com a infra-estrutura existente.
"Se a pessoa não tem equipamentos, uso a criatividade. Usamos bancos, paredes, a escada do prédio, o que tiver", diz Flavia Pereira Silva, 24, personal trainer e professora da Competition.
"A tendência é treinar em parques, onde há mais espaço, e a pessoa fica ao ar livre, em contato com a natureza", diz Dutra Neto.
A grande desvantagem do personal training é o preço. Um personal trainer duas vezes por semana custa de R$ 200 a R$ 400 por mês.

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