São Paulo, domingo, 8 de dezembro de 1996
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Coutinho vê morte lenta

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os segmentos de máquinas, equipamentos e material e aparelhos eletrônicos são os mais prejudicados pela abertura, segundo o estudo do BNDES.
O coeficiente de importação de máquinas saltou de 12,8%, em 1989, para 45,9% no ano passado. No caso do segmento de material e aparelhos eletrônicos, avançou de 10,5% para 45,5%.
Nos dois casos, as importações ultrapassaram o "sinal amarelo", que seria de 30%, segundo Maurício Mesquita Moreira, co-autor do estudo.
Pouco abaixo dessa linha, vêm os segmentos fabricantes de motocicletas e bicicletas, resinas, adubos e metalúrgicos não-ferrosos.
Os mesmos fabricantes elevaram suas exportações, mas em índices inferiores. O coeficiente de exportação de máquinas aumentou de 7,5%, em 1989, para 19,7% no ano passado.
Os dois segmentos já haviam sido apontados como "frágeis" em estudo sobre a competitividade da indústria nacional conduzido pelo economista Luciano Coutinho em 1993.
Para essas indústrias, Coutinho prevê morte lenta. "Elas vão enxugar, despejar empregados nas ruas, em um processo sem fim."
As mais eficientes nesses segmentos ainda têm a chance de serem compradas por outras empresas, em geral, estrangeiras.
Estudo da consultoria Price Waterhouse mencionado por Coutinho indica que, até outubro de 96, 350 indústrias passaram para o controle de empresas estrangeiras. Em 1993, houve 200 operações como essas.

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