São Paulo, domingo, 8 de dezembro de 1996
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Fluxo de caixa indica poupança ou fundos

GABRIEL J. DE CARVALHO
DA REDAÇÃO

Especialistas em investimentos são unânimes em indicar poupança e fundos de renda fixa de 60 dias como as melhores alternativas de aplicação neste final de ano.
O consultor Paulo Possas sugere que para a poupança deve ser destinado o dinheiro que irá cobrir despesas com vencimento mais curto, até março de 97. O restante do disponível deve ir para fundos de 60 ou mesmo 90 dias.
"Se puder alongar desde já os prazos dos investimentos é bom", completa Eduardo Santalucia, do Sudameris, lembrando que a melhor rentabilidade da poupança é para dezembro/janeiro. Depois, os fundos voltam a render mais.
Já é hora, na opinião de Santalucia, de o brasileiro se acostumar com a estabilidade e alongar os prazos dos investimentos para maximizar os resultados.
Ele estranha que investidores ainda tenham dinheiro dos ex-commodities, depositados em fundos que rendem menos, só porque ainda fazem questão da liquidez diária (saque a qualquer momento com juros).
"Quem, no início de 96, transferiu recursos dos antigos commodities para os novos fundos DI de 60 dias não se arrependeu", diz ele.
Diversificação
Em janeiro, na perspectiva de alongar prazos e otimizar resultados, o investidor que possui mais dinheiro disponível pode pensar na diversificação, diz Santalucia.
Por exemplo, aplicar 70% na renda fixa, 20% em fundos de ações ou direto na Bolsa e 10% em fundos de derivativos, que operam nos mercados futuros.
Paulo Possas não recomenda esses fundos porque os resultados podem ser bons em dois, três meses, mas raramente se sustentam.
Como a cota oscila para cima e para baixo, o investidor precisa ter sorte de, no "aniversário" a cada 60 dias, o valor estar em alta.
Se estiver na baixa, e o investidor quiser sacar dias depois, de olho num resultado melhor, ficará decepcionado porque o resgate é feito pela cota do "aniversário".
Santalucia concorda que o risco é inerente a esses fundos. O investidor deve, obviamente, conhecer bem onde vai aplicar. Lembra, porém, que existem os fundos agressivos e os mais moderados.
No Sudameris, segundo ele, só se alavanca (nos mercados futuros) o lucro. Com isso, garante-se ao investidor pelo menos o principal (o capital investido inicialmente).
Ações
Sobre as Bolsas, Possas entende que ainda há espaço para altas, principalmente ações de 3ª linha (empresas privadas menos conhecidas), mas o cenário está muito dependente da reeleição.
Se o Congresso não aprovar a chance de FHC se candidatar de novo, todo o mercado financeiro concorda que virá turbulência, particularmente nas Bolsas.
Nos últimos 12 meses até novembro, carteiras diversificadas tiveram melhor resultado. Amostra disso está no Boston Futuro Programado, produto em que o cliente escolhe a divisão das aplicações.
Para um CDI (juro do interbancário) de 28,26%, a opção F (70% em fundos de renda fixa e 30% no de ações) obteve 29,10%.
(GJC)

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