São Paulo, domingo, 8 de dezembro de 1996
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Clubes negociam produzir suas camisinhas oficiais

HUMBERTO SACCOMANDI
DA REPORTAGEM LOCAL

Em breve o torcedor poderá vestir não somente a camisa de sua equipe preferida, mas também a camisinha oficial.
Os principais clubes brasileiros estão negociando o lançamento de preservativos com as suas marcas.
A negociação está sendo conduzida pela Braga e Associados, escritório de advocacia de São Paulo que cuida, desde 1992, do licenciamento de produtos com as marcas de clubes de 16 Estados no país.
Procurado pela Folha, Maurício Braga, diretor da Braga e Associados, confirmou a negociação, mas não quis fornecer mais detalhes.
Segundo ele, ainda não foi apresentado nenhum lay-out das camisinhas para os clubes.
Braga disse não saber se símbolo e cores das equipes estariam só na embalagem ou se seriam estampados no próprio preservativo.
Como o contrato com os clubes ainda não foi assinado, a empresa que produziria as camisinhas não quis se identificar. Teme que as negociações sejam atropeladas por outras empresas do setor ou que algum clube mude de idéia e se posicione contra o lançamento.
O São Paulo, por exemplo, vetou uma negociação conjunta para a produção de cigarros com as marcas dos clubes. Só Flamengo e Corinthians acabaram virando marca de cigarro, por enquanto.
Os clubes também rejeitaram se expor em vassouras e caixões.
Atualmente, há cerca de 40 produtos licenciados sendo vendidos no país com as marcas dos clubes. Outros 15 estão sendo negociados e poderão ser lançados em breve.
O licenciamento ocorre quando o clube cede o direito de uso de seus símbolos registrados a uma empresa, em troca de uma retribuição financeira.
Os produtos campeões de venda são cadernos, bonés, isqueiros, balas e uma massa de tomate cujo vidro, que traz o distintivo do clube, vira copo de chope.
Devem chegar logo ao mercado chaves de carro, pagers, protetor de tela eletrônico para computador com o símbolo do clube, e máquinas automáticas de fotografia que estampam, atrás da imagem da pessoa, o distintivo da equipe.
O dinheiro arrecadado com produtos licenciados já é uma importante fonte de renda para os clubes. O faturamento varia. A maioria dos times recebe entre R$ 300 mil e R$ 500 mil por ano.
Um clube como o Flamengo, o líder em vendas de produtos licenciados no Brasil, chega a arrecadar mais de R$ 1,5 milhão.
Isso não inclui os contratos de fornecimento de material esportivo, como camisetas oficiais.
"Mas não podemos comparar com Europa ou EUA. O Brasil ainda está engatinhando nessa área", disse Braga. Ele espera, porém, que o faturamento triplique em 97.
O principal problema do licenciamento era a pirataria. "Passamos o primeiro ano só cuidando de buscas e apreensões", disse.
Segundo ele, a pirataria desestimula o investimento em produtos licenciados e causa assim prejuízos aos clubes. De 1992 até hoje, foram feitas cerca de 500 apreensões.

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