São Paulo, segunda-feira, 9 de dezembro de 1996
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Objeto de desejo

CIDA SANTOS

No vôlei, os tempos são de conversas, telefonemas e propostas. Dirigentes brasileiros, italianos e holandeses estão em busca do mesmo objeto de desejo: um técnico capaz de conduzir uma grande seleção.
Na Itália, o preferido do presidente da federação, Carlo Magri, é Bebeto de Freitas. No Brasil, a decisão está com Ary da Silva Graça Filho, que em janeiro assume a presidência da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) após 20 anos de reinado de Carlos Arthur Nuzman.
É claro que o indicado terá que ter o aval de Nuzman. Por isso, sempre é bom prestar atenção no que ele diz. Logo depois da Olimpíada, Nuzman deu para elogiar Julio Velasco. Isso bastou para a cotação do ex-técnico da Itália subir.
O mesmo argumento, mas ao inverso, serve para Bebeto de Freitas. Carismático, atual campeão brasileiro e o mais experiente técnico em ação no país, ele teria o perfil ideal para substituir Zé Roberto. Mas desde 90, quando deixou a seleção, as relações entre Bebeto e Nuzman não são das melhores.
Entre os brasileiros, Renan, do Chapecó, e Ricardo Navajas, do Report/Suzano, aparecem como favoritos. Os dois representam caminhos opostos. Renan fala em uma renovação gradativa da seleção. Navajas prega mudanças mais radicais. Renan seria o equilíbrio. Navajas, a ousadia.
Politicamente, as chances de Renan são maiores. Conta com a simpatia geral dos atletas e de todo o mundo do vôlei. Afinal, quem não foi fã de Renan? Navajas, que nos últimos quatro anos disputou todas as finais da Liga Nacional, já é mais polêmico: desperta ódios ou paixões. E não segura a língua.
Em uma entrevista, que deverá ir ao ar hoje, no programa "Supervolley", na Globosat/Sportv, Navajas abre mais uma polêmica. Diz que Carlão já não tem mais serventia para a seleção e que não o convocará caso seja o novo técnico.

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