São Paulo, terça-feira, 10 de dezembro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Futuro do líder divide 'staff' malufista EMANUEL NERI EMANUEL NERI; XICO SÁ
O futuro do prefeito Paulo Maluf (PPB) divide no momento o próprio "staff" malufista. Passada a efervescência da vitória de Celso Pitta em São Paulo, os pepebistas vivem uma entressafra política de incertezas. Principal articulador financeiro e político da pré-campanha de Paulo Maluf a presidente da República, o empresário Calim Eid, 73, ainda tem dúvidas sobre a empreitada do atual prefeito paulistano. A Folha apurou que Eid vê pelo menos dois obstáculos para Maluf se tornar presidente em 1998 -o projeto de reeleição de FHC e o Plano Real. A avaliação de Eid é que o projeto de reeleição será aprovado. Se isso ocorrer, a reeleição de Fernando Henrique passa a depender da continuação da estabilidade da economia e do Real. Se o Real continuar como está, segundo Eid, nada roubará a vitória de FHC em 98. Neste caso, na opinião do empresário, Maluf não tem motivos para correr riscos de voltar a provar uma derrota. Próximo século Diante desse cenário, Eid defende a candidatura de Maluf ao governo paulista. Na sua avaliação, o prefeito tem tempo para esperar pela sucessão de FHC em 2002. Essa análise, segundo apurou a Folha, conflita com a previsão de outros auxiliares de Maluf, principalmente os da área publicitária, como Duda Mendonça. Otimistas, os homens de marketing acham que Maluf tem chance de derrotar FHC mesmo com reeleição e o Real em alta. Esse não é o único ponto de discordância entre Eid e outros auxiliares malufistas. Se dependesse dele, por exemplo, o prefeito não teria declarado guerra ao ministro Sérgio Motta, das Comunicações, com quem trocou acusações pesadas na campanha eleitoral. Maluf entrou com processos na Justiça por se sentir caluniado pelo ministro. Eid acha que o prefeito devia desprezar esses atritos, ocorridos durante a eleição paulistana. Seu argumento é pragmático. Acha que Maluf pode até conseguir uma condenação de Motta, mas vai ganhar um inimigo poderoso no governo, principalmente em uma área importante como o Ministério das Comunicações. Imagem Apontado como responsável por uma nova "embalagem" -mais leve- na imagem do malufismo, Duda Mendonça ainda não tem os poderes de Calim Eid, mas é uma peça importante em qualquer rumo do prefeito para 98. O futuro de Maluf passa ainda por uma rede de influência que reúne de Reynaldo de Barros (secretário de Obras) ao bloco dos ex-comunistas -ex-dirigentes do PCB que pularam o muro das ideologias para o lado malufista. Somente Eid e Mendonça patentearam as suas posições sobre o destino do prefeito. Os outros ainda mantêm reserva. Texto Anterior: Cassação tem ritmo lento Próximo Texto: Intriga agita pepebistas Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |