São Paulo, terça-feira, 10 de dezembro de 1996 |
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Salsa, samba e tango fazem Havana dançar Música domina filmes do festival AMIR LABAKI
O fim-de-semana consagrou "Yo Soy, Del Son a La Salsa" (Eu Sou, do Som à Salsa). O cubano Rigoberto López Pego assina a direção dessa produção americana de Ralph Mercado, que é conhecido como o atual "czar da salsa". O jovem cantor Isaac Delgado, ídolo local, funciona como mestre-de-cerimônias de uma apresentação cronológica da história da música popular cubana. A estrutura jamais chega a ser original, costurando material de arquivo a depoimentos e shows de ídolos dos ritmos caribenhos. O ponto de chegada é a salsa. "Salsa é uma palavra comercial, é a música cubana sob novo nome", explica a rainha do gênero, Célia Cruz. López Rego realizou uma espécie de almanaque audiovisual, que abarca do nascimento dos chamados ritmos cubanos no Oriente da ilha, no século passado, à consagração da salsa nostálgica nas duas últimas décadas. O "bárbaro do ritmo" Benny Moré, morto precocemente nos anos 60, surge como o mais carismático dos homenageados. O grande ausente é Bola de Nieve, o Bobby Short da Cuba pré-revolucionária. "Ele representa uma tradição romântica, mais impressionista, um showman ao piano, que não se enquadra na vertente que retrato", explicou à Folha o diretor López Rego. Uma estrutura totalmente distinta foi escolhida pelo argentino Mario Sábato para sua ode ao tango, "Al Corazón" (No Coração). O filme define-se como "uma dupla homenagem, ao nosso tango e ao nosso cinema". Divide-se então em 13 capítulos temáticos, cada qual apresentado sob o título de um tango clássico, sempre cruzando a música a filmes. A resposta brasileira vem nos próximos dias. "Bahia de Todos os Sambas", de Saraceni, Hirzman e Amico, será exibido como programa especial. Lançado em Veneza-96, decepcionou pela falta de uma montagem mais rigorosa do extraordinário material filmado durante um festival de cultura baiana em Roma nos idos de 1983. Ainda sem distribuição definida nos cinemas do Brasil, "Bahia de Todos os Sambas" bem que poderia também virar telessérie. O crítico Amir Labaki está em Havana a convite do festival. Texto Anterior: Coleção traz filmes de Nelson Pereira Próximo Texto: Allende vê "três planetas" no Brasil Índice |
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