São Paulo, terça-feira, 10 de dezembro de 1996
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Bienal termina com 400 mil visitantes

CELSO FIORAVANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de 400 mil pessoas visitaram a 23ª edição da Bienal Internacional de São Paulo, encerrada no último domingo. O número é inferior ao da 22ª Bienal, que teria recebido 544 mil pessoas (sendo 342 mil estudantes), conforme divulgou-se na época.
O dia de maior visitação foi a última quinta-feira, com 12.285 pessoas. Os números finais do evento serão divulgados hoje por Edemar Cid Ferreira, presidente da Bienal.
Em entrevista exclusiva anteontem, na festa de encerramento do evento, Cid Ferreira adiantou que fecha o caixa com um resultado positivo de R$ 1 milhão, que será usado em despesas e projetos futuros, como a bienal de arquitetura, que acontece em outubro ou novembro do próximo ano.
A definição de outros projetos da Bienal ainda depende da eleição do novo presidente e curador pelo conselho da instituição, que acontece em fevereiro.
"Você não pode ficar muito tempo na Bienal para não deixar nela os seus vícios em vez de suas qualidades. Esses defeitos podem acabar impregnando a Bienal, pois você acaba ficando meio dono dela", disse.
O banqueiro Edemar Cid Ferreira (dono do banco Santos) continua envolvido em atividades culturais como vice-presidente dos Patronos do Teatro Municipal e conselheiro da Fundação Bienal. E acaba de ser indicado pelo Ministério das Relações Exteriores como um dos membros da comissão nacional de organização das comemorações do quinto centenário do descobrimento do Brasil.
"É um projeto de uma grande exposição de todas as atividades culturais desde a época pré-cabralina até os dias de hoje. É um evento que acontecerá aqui na Bienal e na Europa. Vai ser inaugurada no dia 22 de abril do ano 2000", disse.
Nelson Aguilar também deixa o cargo, depois de duas edições como curador-chefe do evento. "Não pretendo trabalhar na 24ª edição. A Bienal não é como uma diretoria de museu, em que se pode ficar 20 anos. Pelo fato de tratar com arte contemporânea, é necessário essa rotação de lideranças, para motivar o evento. A próxima Bienal exige um novo tipo de proposta, diferente dessa que eu já fiz", disse o curador.
Nelson Aguilar deve se dedicar à sua tese de livre-docência, sobre a importância da poética de Mário Pedrosa nos trabalhos de Hélio Oiticica e Lygia Clark.
(CF)

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