São Paulo, sexta-feira, 13 de dezembro de 1996
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Assessor diz que anônimo deu pista

Papel estaria em biblioteca

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma pessoa não-identificada teria levado ao PPB a polêmica lista com nome de parlamentares em débito com o BB (Banco do Brasil) às vésperas da decisão do partido sobre o projeto de reeleição.
Essa é a versão do ex-deputado Vasco Furlan -apontado como testemunha-chave do caso por ter sido o portador da lista ao presidente do partido, senador Esperidião Amin (SC). Ele disse ontem à Folha desconhecer o caminho que levou o documento às suas mãos.
Segundo Furlan, o papel foi deixado numa mesa da biblioteca da Câmara por um funcionário do Banco do Brasil que se revoltou com a elaboração da lista. Essa pessoa teria contatado o advogado da presidência do PPB Ronald Christian Bicca.
"Ele recebeu um telefonema do BB. Acharam que a lista era uma sacanagem. Avisaram que deixariam o documento na biblioteca e disseram: passa lá e pega", contou Furlan, localizado por telefone em Santa Catarina, onde passa férias.
"Pelo que deduzo, a lista foi solicitada por alguém do Banco do Brasil. Alguém de cima, não do PPB", insistiu Vasco Furlan, um crítico do projeto de reeleição.
A quebra do sigilo bancário é investigada por uma auditoria do Banco do Brasil. Os dois funcionários cujos cargos são citados na lista -Manoel Pinto (secretário-executivo) e Waldemar Filho (coordenador-chefe da assessoria parlamentar) negam ser responsáveis pela lista.
Ela teria sido repassada a Esperidião Amin antes da reunião do PPB sobre a reeleição. "Não me lembro direito o dia, mas talvez fosse para favorecer a defesa da reeleição", relatou Furlan.
O ex-deputado disse que o papel que recebeu não tinha timbre do Banco do Brasil ou qualquer assinatura e relacionava apenas nove deputados do PPB, quatro deles em débito com o banco. Furlan diz que suspeita do fato de o assessor do ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos), Floriano Pesaro, ter solicitado a lista com integrantes da Executiva dias antes.

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