São Paulo, sexta-feira, 13 de dezembro de 1996
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Viver na rua é situação recente para 20%

ROGERIO WASSERMANN
DA REPORTAGEM LOCAL

Além de dados quantitativos, o levantamento de moradores de rua realizado pela Secretaria da Família e do Bem-Estar Social mostra ainda um perfil daqueles que procuram os albergues noturnos da prefeitura e do Estado.
Em relação ao grau de instrução, foram encontradas 5 pessoas (1,16%) com nível superior completo e 6 (1,39%) com nível superior incompleto. A grande maioria (59,03%) tem 1º grau incompleto. Outros 6,94% são analfabetos.
A maioria dos pesquisados (46,75%) veio de cidades da região Sudeste, mas apenas 13,19% são originários da própria capital. Os nordestinos são 40,28% dos usuários dos albergues.
Oitenta e seis pessoas (19,91% do total) estavam na rua havia menos de um mês e apenas 25% estavam na rua havia mais de 18 meses.
O desemprego foi o motivo que levou à rua 41,30% dos entrevistados. Em seguida, aparecem problemas com a família (16,41%), falta de dinheiro para aluguel (16,02%) e alcoolismo (3,52%).
Falta de atendimento
Para o secretário municipal da Família e do Bem-Estar Social, Adail Vettorazzo, o aumento no número de moradores de rua constatado pelo levantamento não significa um descaso da prefeitura no atendimento a eles.
Segundo ele, o aumento no número de atendimentos nos albergues da prefeitura durante o inverno foi de 19% nos últimos dois anos, maior que o aumento no número de moradores de rua.
"O atendimento aos moradores de rua não é função somente da prefeitura. É um trabalho que precisa de integração entre órgãos municipais, estaduais e da participação da sociedade civil", disse.

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