São Paulo, sexta-feira, 13 de dezembro de 1996
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Após crise, nada deve mudar

RICARDO FELTRIN; ROGÉRIO GENTILE
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de quase dez dias de exigências, retaliações e ameaças de inviabilizar o governo Celso Pitta, tudo deve continuar como está em São Paulo.
1) Os vereadores continuarão tendo influência nas administrações regionais; 2) a espinha dorsal do Orçamento enviado pelo Executivo será aprovada; 3) a CPI do Complexo Viário Ayrton Senna voltará para a gaveta; 4) como ocorre hoje com Maluf, Pitta deverá manter a Câmara como um mero apêndice do Executivo nos seus quatro anos de gestão.
No saldo final, vereadores e prefeitos do PPB vão sair perdendo com a crise política iniciada na semana passada.
A decisão do próprio PPB de abrir uma CPI para investigar os túneis de Maluf vai ser usada pela oposição em todas as eleições que o atual prefeito disputar no futuro. Ainda mais porque a CPI foi pedida pelo PT.
Por outro lado, os vereadores "amotinados" -como se diz ironicamente na Câmara- já perceberam o estrago que causaram à própria imagem diante do eleitorado.
Desde terça-feira, vários deles estão recebendo telefonemas de eleitores inconformados com os motivos da crise: a manutenção de seu poder nas regionais. Alguns temem perder credibilidade eleitoral.
Se já não perderam: desde que o Orçamento Municipal de 97 chegou à Câmara, quase dois meses atrás, os "amotinados" não fizeram uma única audiência pública para discuti-lo. Não fizeram nenhuma análise técnica de seu conteúdo. Não questionaram uma só vírgula de seus artigos do ponto de vista Legislativo.
(RICARDO FELTRIN e ROGÉRIO GENTILE)

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