São Paulo, sexta-feira, 13 de dezembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAS paga caro por material, diz secretário

Pagamento ocorreu na implantação

MAURO TAGLIAFERRI
DA REPORTAGEM LOCAL

As cooperativas integrantes do Plano de Atendimento à Saúde (PAS) compraram equipamentos e material médico acima do preço de mercado, ao menos durante a fase de implantação do sistema.
A afirmação foi feita ontem pelo secretário da Saúde de São Paulo, Roberto Paulo Richter.
"Quando o PAS foi implantado, o que era preço de mercado para o nosso parâmetro era o que a prefeitura praticava. Decidi que esse seria o teto. Acontece que esse preço já estava acima do preço de mercado. Mas os hospitais tinham de começar a funcionar", disse.
Segundo Richter, "isso aconteceu em quase todos os módulos".
O secretário contou ainda que, ao verificar que pagavam quantias elevadas, as cooperativas começaram a fazer "acordos de ressarcimento com os fornecedores", também sem citar números.
Richter respondia a uma denúncia de que o módulo três do PAS fez compras com valores até 378% acima dos praticados no mercado.
Ele declarou que se tratava de um dos casos de aquisição feita com preços da prefeitura.
"Todos os módulos podem ter problemas financeiros", disse o secretário, quanto à mudança de regras que permitiu o remanejamento de recursos de um módulo para outro.
Para ele, o fato de o plano atender mais pessoas do que o previsto explica as dificuldades.
O secretário promove um ajuste na distribuição de verbas. Em algumas unidades, o número de cadastrados teria superado a previsão. O objetivo seria obter um equilíbrio.
Neste mês, por exemplo, 3% da verba das cooperativas 12, 14 e 15 foi repassada ao módulo dez.
Para o secretário, a única unidade com problemas de gestão é a dois, sob intervenção. Como o presidente e o vice da cooperativa não renunciaram, haverá uma assembléia na segunda-feira para destituí-los. "Se a assembléia não desligar os dois, a cooperativa ficará ilegal e não poderá mais prestar serviço", disse Richter.
Os funcionários do módulo dois não recebem desde o dia 30. "Os salários não saem antes da assembléia", disse Richter. "Estou provando que a prefeitura controla a saúde. Não há autonomia. Senão, teria terceirizado o serviço", disse.

Texto Anterior: STF julga IPTU progressivo inconstitucional
Próximo Texto: Lei obrigará convênio a dar cobertura total
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.