São Paulo, sexta-feira, 13 de dezembro de 1996
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Moradores de favela rezam quando céu fica escuro

FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

A favela Jardim Sandra, em Campo Limpo (zona sul), é uma área de encosta de morro habitada por cerca de 3.000 pessoas que olham temerosas para o céu ao primeiro sinal de chuva.
"Quando as nuvens escuras se aproximam e começa a pingar, eu ajoelho e rezo", afirma Josenilda Pereira de Carvalho, 35, cuja casa está ameaçada de cair a qualquer momento.
Nos últimos dois anos, já despencaram mais de dez casas da favela. As paredes de grande parte das casas estão com grandes rachaduras. Já quem mora na "parte baixa" da favela teme os alagamentos, causados pela cheia do córrego que passa no local, durante o verão.
A favela consta no levantamento da Defesa Civil Municipal como área de risco. O estudo é do verão de 1994/95. Até hoje a prefeitura nada fez para melhorar a situação dos moradores ou retirá-los do local.
O número de áreas de risco na cidade aumentou de 370 para 473 entre os verões de 1993/94 e 1994/95 (o levantamento considera o período entre setembro e março do ano seguinte).
Mas segundo o coordenador da defesa civil, Marcos Antônio Figueira, 42, o crescimento é reflexo de um diagnóstico "mais realista da situação".
"Fizemos uma cartografia atualizada com um pente fino e descobrimos pontos que já existiam, mas não conhecíamos."
A assessoria do prefeito Paulo Maluf informou que o administrador regional de Campo Limpo, Alcides Filho, é o responsável da região. Ele não respondeu aos telefonemas da Folha.
(FS)

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