São Paulo, sexta-feira, 13 de dezembro de 1996
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Pai vai pedir clemência aos EUA para filho

Brasileiro foi condenado à morte

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O comerciante Osvaldo Soares de Almeida, 61, anunciou ontem em Recife (PE) que vai pedir clemência ao governo do Estado norte-americano da Flórida para que seu filho Osvaldo Suares Almeida, o Júnior, 23, não seja executado na cadeira elétrica.
Júnior, que tem dupla cidadania -brasileira e norte-americana- foi condenado à morte pela Justiça da Flórida há três semanas, após ter sido considerado culpado de assassinar duas prostitutas e um gerente de restaurante.
Os crimes ocorreram em 1993 e, segundo Almeida, foram "de fato" praticados por seu filho. "Ele nunca negou o que fez, apenas não sabe explicar por que matou", afirmou o pai à Agência Folha.
Além de tentar o perdão dos norte-americanos, o comerciante disse que pretende recorrer ao governo brasileiro para que interfira.
Almeida quer que a Justiça norte-americana aceite, pelo menos, transformar a pena de morte em prisão perpétua. "Melhor seria conseguir transferir meu filho para cá", afirmou.
No Brasil, as penas de morte e de prisão perpétua não existem. A legislação não permite que um preso fique mais de 30 anos na cadeia.
Corredor da morte
Júnior, que desde 1993 aguardava o julgamento num presídio, foi transferido para a prisão estadual da Flórida, onde aguarda o cumprimento da sentença no "corredor da morte" -ala reservada aos condenados à pena capital.
O brasileiro foi condenado por sete votos a cinco. Os jurados decidiram que ele foi responsável pelo assassinato das prostitutas Marylin Leah e Chequita Kahn e do gerente de restaurante Frank Ingargiola, mortos a tiros de pistola.
A data da execução na cadeira elétrica ainda não foi marcada. Levado aos EUA pela mãe, Severina Gamboa, de quem Almeida havia se separado, Júnior casou-se aos 18 anos, após engravidar a namorada, então com 14.
Segundo Osvaldo, seu filho matou o gerente porque ele pediu sua carteira de identidade, para evitar servir bebida alcoólica a um menor.
Para ele, as duas prostitutas foram mortas porque Júnior refletiu nelas a imagem da ex-mulher, que o teria rejeitado.

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