São Paulo, sexta-feira, 13 de dezembro de 1996 |
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BCN confirma as negociações com o BBA
MILTON GAMEZ
Ontem, em comunicado à Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), o BCN confirmou as conversas com o BBA, sociedade dos banqueiros Fernão Bracher e Beltran Martinez com o austríaco Creditanstalt-Bankverein. Diz o comunicado que "o BBA manifestou interesse na aquisição do controle do BCN e iniciaram-se estudos e levantamentos de informações, indispensáveis em operações dessa natureza, que deverão se estender por cerca de 30 a 45 dias. Se as negociações conduzirem a acordo de vontades que tenha a aprovação das autoridades competentes, será imediatamente comunicado ao mercado." Embora admita o diálogo, o BCN nega que já tenha fechado negócio com o BBA, tese sustentada em reportagens publicadas na imprensa. A carta à Bolsa, pelo menos, já é um avanço na transparência da transação: tanto Pedro Conde quanto Fernão Bracher vinham negando as conversas nos últimos três meses, sempre que perguntados sobre o eventual negócio. Na semana passada, Conde afirmou à Folha que as negociações entre ele e Bracher eram "invenções da imprensa". "Não estou no mercado, mas se aparecer um bom negócio, fecho", disse o banqueiro. Ontem, tanto Conde quanto Bracher se recusaram a dar entrevistas. Seus assessores confirmaram o conteúdo do comunicado. Um sócio minoritário do BCN comentou que o controlador do banco poderá ficar na sociedade após a venda das ações ordinárias (que dão direito a voto). A idéia, segundo ele, é a total profissionalização do BCN, com o afastamento de Conde do dia-a-dia do banco. Desde julho passado, quando incorporou o Banco Itamarati, do empresário Olacyr de Moraes, o veterano banqueiro vem preparando sua saída. Para evitar problemas sucessórios, em setembro ele dividiu sua participação no BCN com os filhos, Francisco, Pedro e Albertina. Segundo relatório da Salomon Brothers, o BCN é o sétimo maior banco do país no ranking por ativos totais, com uma fatia de 3,88% do mercado. O banco tem ativos de R$ 8,5 bilhões e um patrimônio líquido de R$ 920 milhões. O BBA, por sua vez, fechou o primeiro semestre com ativos da ordem de R$ 4,9 bilhões e um patrimônio líquido de R$ 386 milhões. Texto Anterior: Cláusulas sociais são mantidas pelo TRT Próximo Texto: Bolsa suspende ações do banco Índice |
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