São Paulo, sexta-feira, 13 de dezembro de 1996
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Comércio eleva os juros no final de ano

GABRIEL J. DE CARVALHO
DA REDAÇÃO

Os juros cobrados pelo comércio subiram em novembro, na contramão das aplicações financeiras. A constatação é de pesquisa feita pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).
A entidade, que levanta juros por meio de anúncios nos principais jornais de sete capitais, registrou taxa média de 9,58% ao mês em novembro (199,76% ao ano), contra 9,41% (194,23%) em outubro.
Na média geral, entra todo tipo de loja, incluindo as especializadas (artigos de ginástica etc.).
Mas, em novembro, a taxa média das grandes redes de comércio também registrou alta, a primeira desde outubro de 95. A pesquisa teve início em agosto daquele ano.
Neste segmento do comércio, o juro médio em sete capitais passou de 7,51% ao mês (138,44%) em outubro para 7,78% (145,73%) em novembro. Em São Paulo, de 7,29% para 7,54% ao mês.
É uma taxa absurdamente elevada, afirma Miguel José Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Anefac e coordenador da pesquisa. Em jornal de Porto Alegre, apareceu taxa de até 56,60% ao mês, ou 21.652,10% ao ano. "Chega a ser irresponsável a omissão do governo nesses casos", diz ele.
Oliveira atribui a alta dos juros em novembro à necessidade de o comércio compensar, no crediário, o custo financeiro dos estoques. O consumo está abaixo do esperado pelas lojas.
Para desovar estoques, afirma Oliveira, muitas lojas optaram por atrair o consumidor com prestações mais baixas, alongando os prazos. Só que nesses planos os juros são mais altos, acrescenta.
Numa mesma loja, planos de seis meses embutem 7% de juros, e nos de 18 a 24 meses, até 9% ao mês.

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