São Paulo, sexta-feira, 13 de dezembro de 1996
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Indústria erra previsão de vendas em 96

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Há três meses, a indústria esperava que o Natal deste ano fosse o melhor da década.
O cenário otimista apontava crescimento entre 20% e 25% nas vendas de bens duráveis (televisores e microondas, por exemplo) e 10% a 15% de bens semiduráveis (roupas). Para alimentos, o aumento ficaria entre 3% e 5%.
Essa projeção se baseava no aumento da atividade econômica, impulsionada pelas medidas de liberação do crédito tomadas pelo governo a partir de abril.
A indústria -principalmente a de bens duráveis- acelerou a produção a partir de setembro para atender à demanda. Só que as vendas deste final de ano vão ficar abaixo das expectativas iniciais.
As vendas de bens duráveis devem crescer apenas 12% em relação ao ano anterior. Os produtos semiduráveis, entre 6% e 7%. Somente os alimentos ficam dentro do previsto: entre 4% e 5%.
"A indústria vai virar o ano estocada", diz Ana Cristina Gonçalves da Costa, economista da MCM Consultores.
O comércio, segundo ela, está em situação mais "confortável". Suspendeu a compra de produtos que não teria condições de vender. "Se houver uma demanda maior nos últimos dias do mês, os lojistas sabem que existe mercadoria disponível nas fábricas", afirma.
Já no setor de vestuário, há estoque acima do programado, principalmente em grandes lojas. Os fabricantes de roupas conseguiram escoar parte da produção ao comércio informal, os chamados "sacoleiros", diz Ana Cristina.
Para ela, não haverá aquecimento das vendas em janeiro. As lojas terão de fazer promoções e a indústria será obrigada a oferecer melhores condições ao varejo. Mas não se espera grande redução nos preços.

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