São Paulo, sábado, 14 de dezembro de 1996
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Pont faz críticas à direção

EMANUEL NERI
ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE

Principal vitorioso do PT na última eleição, o prefeito eleito de Porto Alegre (RS), Raul Pont, alia-se aos setores do partido que estão batendo duro na direção petista e em campanhas fracassadas de outras capitais, como a de São Paulo.
"É público e notório que nós tivemos uma campanha dissonante entre a candidata (Luiza Erundina) e a direção partidária", diz. "Quando isso ocorre só conduz à derrota."
"Acho que, em São Paulo, as direções, tanto no município como no Estado, têm tido dificuldades de garantir legitimidade", afirma. Ele integra a "Democracia Socialista", uma das tendências da "esquerda" do PT.
Para ele, há tarefas que o PT precisa cumprir antes de escolher seu candidato a presidente. "Precisamos resolver essa fragilidade que ficou escancarada no processo eleitoral."
"Não dá para fazer uma disputa em Estados onde as pessoas acham normal fazer aliança com o PFL e o PPB", afirma. "Nós temos companheiros que admitem se coligar com Itamar Franco e Ciro Gomes."
Para Pont, as correntes de "esquerda" do PT saíram melhor das urnas por criticar o projeto neoliberal do governo federal. Além de Porto Alegre, esse bloco petista ganhou prefeituras importantes, como Caxias (RS) e Belém (PA).
"Nesses lugares, se combinou um discurso em cima da competência já demonstrada ou de uma postura mais crítica ao projeto neoliberal", afirma. Para ele, discurso moderado leva o PT ao "eleitoralismo".
"No momento em que o PT faz discurso confuso, sem deixar evidente seus compromissos sociais, tende a cair no eleitoralismo, perde espaço", diz.

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