São Paulo, sábado, 14 de dezembro de 1996
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ACM cobra de FHC apoio à sua candidatura

AUGUSTO GAZIR

AUGUSTO GAZIR; PATRICIA ZORZAN
ENVIADO ESPECIAL A PALMAS (TO)

Parlamentar baiano lembra ter sido um dos primeiros a apoiar tucano durante a campanha presidencial

O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) deixou claro ontem que pretende obter a adesão do presidente Fernando Henrique Cardoso à sua candidatura à presidência do Congresso e aproveitou para "lembrar" que foi um dos primeiros a apoiar FHC na campanha presidencial de 1994.
"O presidente confia em mim, sabe que nas eleições fiquei com ele, sabe que não vou atrapalhar seu governo, de modo que ele não pode ver mal minha candidatura", disse ACM.
Ao citar a campanha presidencial, ACM também quis fazer uma comparação com seu adversário na disputa à sucessão no Senado, Iris Rezende (PMDB-GO). A mulher do peemedebista, que também se chama Iris, foi candidata a vice-presidente na chapa de Orestes Quércia na campanha de 1994.
O senador acompanhou ontem a visita de FHC a Tocantins, posou para fotos com o presidente e disse que vai vencer a disputa.
Os dois participaram da inauguração do trecho principal da rodovia Coluna Prestes, que liga Brasília a Palmas. "O presidente não vota no Senado, agora ele pode ter uma preferência que eu não sei qual é. Agora ficaria muito feliz se fosse eu", afirmou ACM.
O senador disse que está em negociações com o PSDB. Para ACM, o atual presidente do Congresso, senador José Sarney (PMDB-AP), não vai interferir na disputa.
"Somos amigos há mais de 40 anos." Sarney já declarou apoio a Iris, que é de seu partido.
Apesar de ter tentado ajudar a candidatura de ACM, convidando Iris para o Ministério dos Transportes -convite não aceito-, FHC não quis declarar oficialmente seu apoio ontem.
Segundo ele, a disputa pelo Senado não atrapalhará a tramitação da emenda da reeleição. "É outro assunto, não tem nada a ver."
Sobre o fato de ACM acompanhá-lo na viagem, FHC disse que todos os senadores baianos foram convidados, mas só o candidato à presidência do Senado pôde ir.
Maranhão
Em Rosário, no Maranhão, FHC evitou falar sobre a disputa entre Iris e ACM. "Não sou senador", disse, respondendo sobre um eventual apoio seu a uma das duas candidaturas. "Mas sou sempre favorável a um entendimento."
Rindo, Fernando Henrique procurou transferir a Sarney a responsabilidade pela manutenção da base governista por meio de um possível acordo entre PMDB e PFL. "Entendimento é com o Sarney, que é o presidente do Senado."
O senador se esquivou: "Estamos aqui para tratar de assuntos do Maranhão".

Colaborou PATRICIA ZORZAN, enviada especial a Rosário (MA)

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