São Paulo, sábado, 14 de dezembro de 1996
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Richter quer acerto em uma semana

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário municipal da Saúde, Roberto Paulo Richter, disse ontem acreditar que os salários dos funcionários do módulo dois (Butantã/Lapa) do PAS possam ser pagos até a próxima semana.
O módulo está sob intervenção da prefeitura desde o dia 27, por estar deficitário. O presidente e o vice da cooperativa que gerencia o módulo foram afastados.
Segundo Richter, a prefeitura encontrou uma fórmula para possibilitar o pagamento aos funcionários, fazendo um repasse de verba a um consórcio formado pelas cooperativas que gerenciam os outros módulos, que por sua vez fará o pagamento aos funcionários.
Os funcionários do PAS não são funcionários públicos e não poderiam receber o pagamento diretamente da prefeitura. Segundo o secretário, o repasse de verbas ao módulo não poderia ocorrer enquanto os dirigentes do módulo não fossem destituídos.
"Não poderia transferir recursos para quem está desligado do módulo. A prefeitura só vai voltar a repassar verbas à Cooperpas 2 quando forem indicados um novo presidente e vice", afirma Richter.
Uma assembléia programada para segunda-feira deve destituir os dois do cargo e apontar os novos dirigentes.
Carmine Carnicelli, presidente do módulo, afirmou ontem que estará presente na assembléia, mas que teme por sua integridade física. Ele acusa Richter de estar colocando os funcionários contra ele e contra o vice, Jorge Rezek.
Carnicelli e Rezek afirmaram que, antes do afastamento, vinham alertando seguidamente o secretário sobre os problemas financeiros da Cooperpas 2.
A Folha obteve cópia de uma carta enviada pelos dois ao secretário, com um alerta sobre o déficit. O documento tem data de 10 de novembro de 96. Uma funcionária identificada como Meire assinou, no dia 19, comprovando o recebimento do original. A intervenção no módulo saiu no dia 27.
"Desconheço a carta. Quem vinha avisando sobre os problemas era eu", afirma o secretário.
Richter diz que os funcionários não devem reclamar à prefeitura sobre eventuais atrasos nos salários. "Eles têm de entender que não são mais funcionários públicos. São cooperados, como se fossem sócios de uma empresa", diz.
"Eles têm de indicar como presidente alguém com responsabilidade para gerenciar os seus recursos, como os sócios de um clube escolhem seu presidente", afirmou.

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