São Paulo, segunda-feira, 16 de dezembro de 1996
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Questão da prova de sábado é anulada

AUGUSTO PINHEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

A coordenação do vestibular da PUC (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) anunciou ontem a anulação da questão número 5 de português, a mesma que havia sido contestada por professores do Colégio Objetivo.
"A banca examinadora concorda que não há resposta", diz Regina Denigres, coordenadora do exame.
Ontem à tarde, foi realizada a segunda prova da PUC-SP, com três questões discursivas de biologia, física e história e uma redação.
As questões, com exceção da redação, foram consideradas muito bem elaboradas pelos professores do Colégio Objetivo.
O professor Eduardo Figueiredo diz que a questão de física está "simples, clara e direta". Segundo ele, foi abordado um assunto fundamental do 2º grau: a parte de energia dentro da mecânica.
A questão de história exigiu conhecimento de português e criatividade. "O aluno que apenas decorou os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial não conseguiria resolver", diz o professor Francisco Alves da Silva.
Em biologia, a questão mistura teoria da evolução, genética e ecologia. Para o professor Clézio Morandini, ela "avalia bem o aluno".
Já o professor Fernando Teixeira diz que o tema da redação é mais adequado para uma aula. "Há um excesso de estímulos e exigências descabidas, como a percepção dos hexagramas chineses."
Na prova, há recomendações para o aluno relaxar e deixar a criatividade fluir. "Mas, ao mesmo tempo, há limitações nos critérios de correção", diz Fernando.
Muito calor e trânsito intenso marcaram o dia da prova. Mas o clima era de tranquilidade. Para Viviane Jabur, 20, seu lado hippie iria ajudar na prova. "Sou superdesencanada. Não fico nervosa." Ela tenta medicina.
O candidato Raphael Sadowski, 21, que presta ciências sociais, se diz anarquista. "Sou pela liberdade e pelo amor; quando fumo maconha, eu me concentro mais em assuntos de que gosto."
Apesar do calor, a vestibulanda Gisele Annovazzi vestia roupa preta. "Para mim preto é um estado de espírito, é alegria." Ela acha que pode dar sorte.
Às 16h, os candidatos começaram a sair. Segundo os entrevistados, a redação foi a parte mais difícil. "O tema era muito aberto. É perigoso, você acha que fez errado", diz Jim Wong, 19, que tenta administração.
A prova, feita em papel cuchê e com fotos coloridas, foi elogiada pelos alunos. "É muito bonita, toda ilustrada", diz Renata Lellis, 20, que tenta jornalismo.
Hoje, a partir das 14h, os candidatos resolvem questões de língua portuguesa e literatura brasileira, geografia, matemática e química.

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