São Paulo, segunda-feira, 16 de dezembro de 1996
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Centro ignora chuva e vende 30% mais

DANIELA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A rua 25 de Março e o Brás- tradicionais regiões de comércio de produtos populares da capital paulista- registram aumento de até 30% nas vendas deste Natal sobre o mesmo período de 95.
Nem mesmo a chuva nos últimos dias esfriou o ânimo dos consumidores, interessados em comprar todo tipo de bugiganga -de enfeites a garrafas térmicas por R$ 1,99.
Diariamente, 1 milhão de pessoas circula em cada uma dessas regiões, estimam lojistas.
Conhecidas por suas lojas de confecções e de tecidos, elas oferecem hoje maior diversidade de produtos -de isqueiros a televisões. A maioria é importada da China, Coréia e Paraguai, o que explica os preços menores que os de outros locais da cidade.
A maior variedade de importados é o principal motivo do crescimento de 30% das vendas, explica Luís Manoel Francisco, proprietário de várias lojas e ex-presidente da Associação de Lojistas da rua 25 de Março.
Os comerciantes estavam registrando queda no faturamento nos últimos anos e resolveram se "reciclar", diz Francisco. A solução encontrada foi oferecer uma variedade maior de produtos e abrir lojas para vender os importados.
"Antes vendíamos só tecidos, principalmente no atacado. Agora existem armarinhos vendendo eletrodomésticos no varejo."
Árabes e coreanos
Essa mudança começou em 95, mas só agora, diz Francisco, os consumidores tomaram conhecimento da quantidade de produtos.
O aumento das vendas de Natal na região, que inclui ainda a rua General Carneiro, Basílio Jafet, Florêncio de Abreu, entre outras, está levando vários comerciantes coreanos a se instalarem no local, tradicionalmente reduto de lojistas de origem árabe.
Francisco estima que o aumento das vendas poderá chegar a 40%.
No Brás, o faturamento dos lojistas já teve crescimento real de 10% neste Natal sobre o de 95.
Com 7.000 lojas ao todo (a metade são lojas de roupas), a região também passa por uma nova fase, com a abertura de pontos-de-venda de eletroeletrônicos e utilidades domésticas, afirma Wehbe Youssef Dawalib, presidente da Associação de Comerciantes do Brás.
Neste ano, cem lojas de roupas se transformaram em magazines de aparelhos eletrônicos, brinquedos e ferramentas.
Dawalib atribui o aumento nas vendas também à publicidade na TV sobre o centro comercial e a promoções que foram feitas.

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