São Paulo, segunda-feira, 16 de dezembro de 1996
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Virgin 'Virgin King' quase provocou processo

LUCIA MARTINS
DE LONDRES

O livro "Virgin King", do jornalista inglês Tim Jackson, recentemente lançado no Brasil, sobre o megaempresário Richard Branson por pouco não gerou um processo na Justiça.
O autor do livro afirma que o megaempresário ameaçou processá-lo quando soube que a versão definitiva incluía alguns exemplos de negócios feitos pelo grupo Virgin.
"Ele me escreveu dizendo que não autorizava a publicação porque o livro era injusto, apresentava uma imagem deturpada dele e, por isso, iria à Justiça se eu decidisse continuar com o projeto", afirmou Jackson à Folha.
Branson soube do livro por meio do próprio Jackson, que o procurou para entrevistá-lo. "Mandei uma carta falando que pretendia escrever o livro e queria entrevistá-lo. Ele se recusou a dar entrevista e afirmou que não autorizava o livro, mas três meses depois me ligou e me recebeu."
Jackson, 31, que já trabalhou na revista "The Economist" e hoje escreve para o jornal econômico "Financial Times", disse ter feito cerca de cem entrevistas com amigos e pessoas que já negociaram com Branson.
"Minha intenção era fazer mais do que uma biografia. Queria escrever um livro mostrando por que Branson é tão bem-sucedido em seus negócios", disse.
Segundo ele, a imagem pública de Branson é muito diferente do tipo de negociador que o empresário é. "Ele é realmente muito divertido, agradável e tenta vender essa idéia, mas quando faz um negócio é duro e objetivo."
Essa é a explicação, segundo Jackson, para o sucesso de Branson. "Na verdade, o que ele não gostou no livro é que tentei explorar um lado que ninguém fala, que é o de como ele se transformou em um homem tão rico."
Outra característica do megaempresário é a "agitação constante". "Ele é um homem que precisa sempre de novos estímulos. Por isso, está sempre inventando novos projetos. E quando um está pronto, se cansa e parte para outro."
O autor conta que Branson nunca levou a idéia de processá-lo adiante ("Ele não tinha argumentos"). Diz ainda que, depois do lançamento do livro no Reino Unido -há dez meses-, ele já voltou a entrevistar Branson.
"No final, os jornais afirmaram que o livro foi muito positivo para Branson. Mas acho que fiz uma coisa independente", afirmou.

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