São Paulo, segunda-feira, 16 de dezembro de 1996
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Wall Street convive há 15 anos com exuberância

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Nos últimos 15 anos, o preço das ações mais negociadas em Nova York cresceu a uma taxa anual média de 17%. Apenas em 95 a valorização foi de 33%.
Mesmo em 1987, ano em que Wall Street viveu seu último "crash" (crise de desconfiança que derrubou o mercado), o Dow Jones, índice dos principais papéis, fechou valorizado.
Dois fatores foram fundamentais para o crescimento do mercado de ações: a queda dos juros e da inflação nos EUA, que tornaram o mercado de ações mais atrativos.
Tendo esses números em vista, Flávio Menezes, responsável pelos fundos de ações do Banco Patrimônio, associado ao norte-americano Salomon Brothers, avalia que a desvalorização das ações em Nova York nos últimos dias foi uma "correção técnica".
O índice Dow Jones recuou 2,40% entre segunda e sexta-feira, reduzindo a alta no ano para 23,81%, segundo a Economática.
"Como o mercado estava subindo muito -8% só em novembro-, um ajuste como esse foi uma coisa natural", diz Menezes.
Realizando lucros
Gordura para queimar é que não faltava: o Dow Jones crescera em novembro depois de ter bons resultados nos meses anteriores: alta de 2,5% em outubro, 4,75% em setembro e 1,6% em agosto.
Assim, o movimento de ajuste seria muito mais a realização de lucros do que desconfiança no desempenho da economia norte-americana, raciocina Menezes.
Para ele, o Federal Reserve, o banco central dos EUA, não mexeria nos juros apenas para conter um eventual movimento especulativo em Wall Street.
"Não é função do Fed coibir algum tipo de especulação, mas sim zelar pelo dólar. O Fed vai mexer nos juros quando for necessário para a economia", considera.
Ele diz ainda que os ganhos no mercado de ações devem ser menores em 97, acompanhando a redução dos lucros e dividendos.

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