São Paulo, segunda-feira, 16 de dezembro de 1996
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Dicas para o seu fanzine acontecer

FERNANDA TEIXEIRA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Para começo de conversa, é preciso ser muito mais do que "fã de qualquer coisa". O fanático por um assunto deve ter informação e domínio suficientes sobre ele.
Todo subterrâneo que se preze tem seção de cartas. Afinal, a comunicação com o público se trava por meio dela, e boa parte desse público é formada pelos próprios editores de fanzines. É comum divulgar endereços de outros zines. Isso cria a rede de comunicação.
Nessa rede independente dos chefões do mercado cultural, um bom texto e uma linguagem divertida são essenciais. O visual conta para criar uma identidade gráfica, uma personalidade.
O bolso do editor determina o formato do zine e dos envelopes, feitos, em geral, a partir de papéis usados que são reciclados e seguem pelo correio. A impressão de "coisa suja" vem daí. Prova de que essa estética do esculacho não é gênero.
A divulgação é outro ponto importante. É comum a publicação trazer "flyers" -pequenos cartões que divulgam o próprio zine ou o alheio. A idéia é que o destinatário possa reenviá-los a futuros correspondentes. Os "flyers" são o melhor marketing do fanzineiro.
Criar uma mala direta com muitos endereços é outro passo importante. Respeitar o leitor também. Por isso, sempre responda às cartas. Se você não tem computador, vale máquina de escrever. Dá para escrever à mão também, criando um estilo. Se você fizer com graça, tudo bem, pois todo mundo respeita as dificuldades dos fanzineiros.
Não tenha compromisso (entenda-se rabo preso) com nada. Você, editor, é rei nesse território e pode usar e abusar de referências jornalísticas, literárias e acadêmicas. No fanzine você pode dizer o que pensa, gritar, xingar, criticar, enfim, falar pelos cotovelos. Tudo pelo exercício da liberdade de criar.

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