São Paulo, segunda-feira, 16 de dezembro de 1996 |
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Islamismo direciona a política do país
SILVIO CIOFFI
O que não existe no paraíso dos mergulhadores é partido político. Ainda assim o turista só esbarra em restrições quando visita as ilhas não turísticas, onde é necessário ir com autorização. Na origem dessas dificuldades está principalmente a rigidez da cultura islâmica -e 100% dos maldivos são muçulmanos sunitas. O islamismo tem direcionado a política interna e externa das Maldivas durante a história. Depois de oito séculos de sultanato, as Maldivas tornaram-se um protetorado britânico em 1887. A independência foi proclamada em 1965 e, três anos depois, esse conjunto de atóis tornou-se uma república islâmica. E foi em 1968, quando um referendo aboliu o sultanato, que Ibrahim Nasir, figura relevante da política local, assumiu o poder. Depois de dez anos, em 1978, Nasir deixou o governo em meio à acusações de corrupção e fugiu para Cingapura. Foi aí que entrou em cena, eleito por um Parlamento de 48 membros e ratificado por um plebiscito popular, o então embaixador maldivo nas Nações Unidas e atual presidente maldivo, Maumoon Abdul Gayoom. Em 1980 foi a vez de Gayoom enfrentar uma tentativa de golpe de Estado. O evento ganhou a atenção da mídia internacional quando 400 mercenários atacaram o palácio do governo, em Malé, matando 25 pessoas e ferindo outras 100. Logo após a invasão do palácio, o governo maldivo enviou pedido de ajuda à Índia, ao Reino Unido e aos Estados Unidos. O primeiro-ministro indiano Rajiv Gandhi enviou 1.600 soldados ao arquipélago, incluindo um batalhão de elite, pára-quedistas e três navios de guerra, que conseguiram controlar a situação. A tentativa de golpe foi atribuída a Nasir, que negou, de Cingapura, seu envolvimento, e ao empresário maldivo Abdullah Latufi, que residia em Colombo, no Sri Lanka. Gayoom foi reeleito em 1983, 1988 e 1993. No último plebiscito, que ratificou a escolha do seu nome pelos 48 membros do Parlamento, o presidente foi candidato único, mas obteve 96% da aprovação popular para continuar por mais 5 anos, até 1998. Texto Anterior: Maioria dos turistas são mergulhadores Próximo Texto: Europeus visitam mais Índice |
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