São Paulo, segunda-feira, 23 de dezembro de 1996
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Custo da mão-de-obra impulsiona vendas

DANIELA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Os empresários ligados à venda de produtos do tipo "faça você mesmo" são unânimes em afirmar que os preços dos consertos cobrados por profissionais estão alavancando as vendas em suas lojas.
Gastos com serviços para manutenção de domicílio foram um dos itens que mais variaram desde o Real -74,9%, de acordo com o IPC-Fipe.
"As pessoas não percebiam o quanto os serviços eram caros na época de alta inflação. Agora, elas buscam alternativas", diz Márcio Dilliani, responsável pelas franquias da Multicoisas.
Nos Estados Unidos e na Europa, grandes redes especializadas na venda de material para reparos domésticos são bastante comuns.
O elevado preço da mão-de-obra nesses países levou as pessoas a adquirir o hábito de fazer, elas mesmas, serviços como trocar uma torneira, pintar uma parede ou restaurar móveis de madeira.
No Brasil, as lojas de material de construção predominam.
Expansão
A Peg & Faça tem nove lojas em quatro capitais. A rede -que vende ferramentas, madeiras, artigos de jardinagem e para pequenas reformas- pertencia ao Pão de Açúcar até o final do ano passado.
Everaldo Beni, proprietário de cinco lojas em São Paulo e diretor-geral da Peg & Faça, diz que as vendas devem aumentar 15% em 96 sobre o ano passado.
Para 97, o crescimento é estimado em 25%. Beni diz que deverão ser abertas mais oito lojas no próximo ano, sendo quatro sob o sistema de franquia. Uma das regiões que a rede tem como alvo é o ABC paulista.
A Multicoisas passou de nove lojas no país em 94 para 22 neste ano. Em 97, a previsão é abrir mais dez franquias. O faturamento da rede deve crescer 30% em 96, atingindo cerca de R$ 22 milhões, afirma Dilliani.
Para o ano que vem, espera-se 45% de aumento no faturamento sobre 96 em função da abertura de novas lojas, como em Campinas (99 km a noroeste de SP), que já está confirmada, e no Rio e em Aracaju, ainda em estudo.
Em uma loja da Multicoisas no bairro de Moema (zona sul da capital paulista), o faturamento deverá crescer 38% em 96. No ano passado, a loja faturou cerca de US$ 1 milhão, quase o dobro em relação a 94, diz Paulo Nunes, gerente.
"No final de 90, o faturamento era de US$ 20 mil por mês. Agora, é de US$ 240 mil", afirma.
(DFe)

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