São Paulo, segunda-feira, 23 de dezembro de 1996
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O desafio de Velasco

CIDA SANTOS

O mundo do vôlei feminino ganha um novo e grande personagem em 1997. O técnico Julio Velasco trocou o comando da vitoriosa seleção masculina italiana pelo desafio de levar as meninas da "azzurra" ao pódio. A tarefa não é simples.
Vale lembrar que a seleção feminina da Itália ocupa apenas o 15º lugar no ranking mundial e nunca conseguiu se classificar para uma Olimpíada.
E pode se preparar porque vêm mudanças por aí. Apesar de ainda nem ter assumido o cargo, Velasco já está anunciando novidades. Quer jogar no sistema 4 x 2, ou seja, com duas levantadoras em quadra.
Na elite do vôlei feminino, apenas Cuba, atual campeã mundial e bicampeã olímpica, joga nesse esquema. Todas as outras seleções atuam com apenas uma levantadora.
A vantagem desse sistema é garantir sempre três atacantes na rede. Ou seja, quando uma das levantadoras chega à rede, ela se transforma em atacante. A função de armar as jogadas fica sempre com a que está no fundo da quadra. O difícil é ter duas jogadoras que atuem nas duas posições.
Mas não espere grandes resultados já em breve. Por enquanto, Velasco vencerá menos e sofrerá muito mais.
O plano é a longo prazo: o pódio no Campeonato Europeu de 1999, que será na Itália, e a classificação para a Olimpíada de 2000. Para isso, o novo técnico aposta na nova geração italiana, que foi ouro no último Campeonato Europeu juvenil.
O certo é que a presença de Velasco enriquece o mundo do vôlei feminino.
Acima de tudo, esse ex-estudante de filosofia e ex-ativista político de esquerda na Argentina é um homem de idéias e grandes frases.
Além de ganhar 16 dos 23 torneios que disputou com a "azzurra" masculina, é autor de frases com essa: "No mundo do esporte, quem ganha comemora, quem perde explica".

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