São Paulo, terça-feira, 24 de dezembro de 1996
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Luís Eduardo atropela o PMDB e apressa votação

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), afirmou ontem que a votação da emenda da reeleição na comissão especial não será adiada do dia 8 de janeiro para a semana seguinte.
"Você adia quando não há convicção. Todos já sabem como vão votar. Até porque todos são favoráveis à reeleição. A questão é saber se vale para os atuais governantes ou não", disse.
O principal motivo do adiamento seria esperar pela Convenção Nacional do PMDB, que vai definir a posição do partido sobre a reeleição no dia 12 de janeiro. Até essa data, os peemedebistas da comissão estariam impedidos de votar.
Luís Eduardo quer votar a emenda na comissão especial na primeira semana da convocação extraordinária do Congresso para permitir a votação em plenário ainda em janeiro. Ele deixa o cargo no dia 2 de fevereiro.
O líder do governo na Câmara, Benito Gama (PFL-BA), disse que não será preciso esperar pela convenção: "Tenho informações de líderes do PMDB de que a convenção não vai fechar questão".
O presidente da Câmara disse que tem pressa na votação da emenda porque "a reeleição é o assunto mais importante, mais relevante para decidir. Se não estivesse na pauta, tudo bem. Mas está aí, temos de decidir".
Luís Eduardo justificou a urgência da decisão sobre a reeleição: "Hoje, o Brasil goza de credibilidade, graças ao trabalho do presidente Fernando Henrique. Todos querem saber se teremos reeleição ou não. É importante saber para definir investimentos no país".
Sucessão na Câmara
O pefelista também ironizou propostas dos candidatos à sua sucessão. "Querem abrir as portas dos ministérios aos deputados. Como se faz isso? Eu não sei."
"Eu imagino que vão colocar um porteiro em cada ministério para abrir a porta para os deputados", afirmou Luís Eduardo. Ele não citou o autor da proposta.
Criticou ainda a proposta de criação de um canal de TV para a Câmara, feita pelo líder do PMDB, Michel Temer (SP), e encampada pelo deputado Wilson Campos (PSDB-PE), ambos candidatos.
"Se criarem a TV, todos vão se arrepender. Quando tiver votação importante, a sessão não vai acabar nunca. Vai entrar a madrugada. Cada líder vai querer falar 30 minutos", disse Luís Eduardo.

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