São Paulo, terça-feira, 24 de dezembro de 1996 |
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Peru de Natal não morre na véspera
FABIO SCHIVARTCHE
Produto da engenharia genética e alimentado com ração especial ou criado solto no sítio comendo capim. Não importa se é embalado com termômetro ou caipira -peru de Natal não morre na véspera. O peru criado em frigoríficos e consumido hoje em milhões de mesas brasileiras está nas prateleiras dos supermercados há mais de um mês, contrariando o ditado popular. Os pequenos produtores também não deixam para matar o peru um dia antes da ceia natalina. "Mas matar o peru caipira com muita antecedência é errado. Ele perde o sabor", diz Jesus Gago Rodrigues, 41, dono da Avícola Léo. A Sadia, único dos grandes frigoríficos que comercializa a carne de peru, já vendeu há semanas todo o estoque de seis milhões de peças. "Esse produto não se comercializa em um mês. A venda da carne congelada ocorre de março a novembro e, muito antes da véspera, já vendemos o que tínhamos", diz o diretor comercial da divisão de carnes in natura da Sadia, Nélson Dal Canale, 43. Desde 94, o peru da Sadia está aprendendo a dividir o reinado durante o Natal. Seus concorrentes são superfrangos da Perdigão e da Frangosul, com enormes peitos e coxas -partes preferidas pelos brasileiros. "Um dos superfrangos, o bruster, veio da Escócia em 94 e hoje já morde uma grande fatia do mercado de carnes de comemorações", diz o gerente de marketing da Frangosul, Armênio Marques, 45. Para a Perdigão, o chester leva vantagem sobre o tradicional peru por ser uma carne mais macia e suculenta, além de ter um tamanho menor, sendo mais fácil de acomodar na geladeira e no fogão. "Os concorrentes roubaram fatias do mercado, mas o peru continua imbatível no Natal, com um crescimento anual de vendas constante", diz Canale. LEIA conto de Moacyr Scliar sobre o peru de Natal à pág. 2 Próximo Texto: O último mês de vida do peru Nicolau Índice |
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