São Paulo, terça-feira, 24 de dezembro de 1996
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Venda cresce menos que o esperado em supermercados

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O pagamento da segunda parcela do 13º salário impulsionou a venda nos supermercados neste final de semana, mas não deve ser suficiente para garantir um Natal de ouro para o setor.
Omar Assaf, vice-presidente da Apas (Associação Paulista dos Supermercados), diz que as vendas para o Natal estão 5% maiores do que as registradas em igual período do ano passado e que, desde sábado, os supermercados registram aumento de movimento em suas lojas. A segunda parcela do 13º salário foi paga na sexta-feira.
Assaf conta que, com as compras de última hora, o setor deve fechar o ano com faturamento entre 2,5% e 3% acima de 1995. "Mas a nossa previsão era vender 5% mais neste ano", diz.
João D'Almeida Filho, diretor de marketing do Barateiro, diz que o movimento neste final de semana foi 53% maior que o anterior.
"Isso deve gerar vendas um pouco melhores que as registradas no ano passado", afirma, sem arriscar uma porcentagem de aumento.
Sem ânimo
Nos pequenos supermercados, a situação é menos animadora. "O movimento melhorou um pouco desde sábado passado, mas as pessoas estão comprando menos produtos para a ceia", diz Wilson Tanaka, presidente do Sincovaga, sindicato que representa 33 mil pequenos pontos-de-venda.
Nos cálculos de Tanaka, os pequenos supermercados devem vender, neste Natal, de 8% a 10% menos do que igual período do ano passado.
"Os pequenos supermercados estão perdendo vendas no Natal porque as pessoas estão gastando mais em viagens e presentes e comprando menos alimentos."
Para ele, uma saída para o próximo ano é os pequenos supermercados mudarem seu mix, ampliando a área de venda de presentes.
Estoque ajustado
Vendas pouco aquecidas não significam, no entanto, produtos em estoque e grandes promoções após o Natal.
"Nossos estoques estão ajustados. Não vão faltar produtos para quem deixar para a última hora, mas também não deve sobrar muita coisa para as promoções", diz D'Almeida.
"Não vão sobrar produtos natalinos. Ninguém arriscou comprar muito para arcar com o estoque", diz Tanaka. Para ele, podem acontecer apenas promoções pontuais, de um ou outro item.
Ele conta que os pequenos supermercados já previam vendas abaixo das registradas no Natal do ano passado e, por isso, fizeram encomendas menores.
"Promoções sempre acontecem, mas os supermercados estão com os estoques controlados, sem grandes sobras", diz Assaf.

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