São Paulo, sexta-feira, 27 de dezembro de 1996 |
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Para governador, é preciso ser criativo
SILVANA QUAGLIO da Reportagem LocalDo orçamento do Estado, sobra pouco para investir. É preciso usar a criatividade. É assim que o governador de São Paulo, Mário Covas, vê as finanças estaduais. Covas afirma que foi preciso cortar as despesas no osso, demitir 91 mil funcionários, racionalizar gastos e buscar parceiros na iniciativa privada, para chegar ao final do segundo ano de governo com o caixa equilibrado. Na semana passada, Covas reuniu, no Palácio dos Bandeirantes, representantes de vários setores para comemorar o primeiro biênio do seu governo. Na platéia havia desde famílias assentadas por meio de programa de reforma agrária até crianças da Febem. A maioria dos convidados foi homenageada pelo governador e pela primeira-dama, Lila Covas, como parceiros do Estado. O governo produziu um vídeo de aproximadamente meia-hora mostrando as realizações de Covas nos dois últimos anos. Mais do que números, apresentou depoimentos emocionados. O vídeo, que foi exibido na cerimônia nos Bandeirantes, lançou um novo slogan para o governo: "Governo de cara limpa". Ao final da cerimônia, o governador garantiu que a prioridade de seu governo continuará sendo a área social. "A prioridade sempre foi o social. É que a flexibilidade que se tem no Orçamento é pequena. A não ser que se queira inventar." Covas afirmou que, em matéria de orçamento, já se inventou muito. "Para 95, se superdimensionou a receita e se subdimensionou as despesas. Se fosse executado, faltariam R$ 5 bilhões. E isso vinha vindo assim", exemplificou Covas. Lado positivo Mas, segundo o governador, seu governo já teria produzido resultados positivos até aqui: "Em algumas áreas -habitação, saneamento básico, energética, ou mesmo financeira- o balanço é muito positivo. As empresas estão saneadas e multiplicando seus investimentos. A Sabesp investirá US$ 4 bilhões, nesses quatro anos. Na administração direta as mudanças são mais lentas." Segundo o governador, na educação foi feita uma revolução, cujos resultados estão sendo testados. "Já na saúde é mais difícil inovar. Exige dinheiro mesmo." Mas Covas tentou elencar alguns avanços na área, a distribuição gratuita de 38 tipos de remédios a 425 municípios e a reativação de 384 leitos hospitalares. O governador afirmou, entretanto, que o controle dos gastos continuará até o final do seu governo. "Não tenho ilusão com relação a isso", disse Covas. Segundo Covas, o importante é que "o governo está mais senhor das atividades da máquina. Isso faz a diferença daqui para a frente", ressaltou. (SQ) Texto Anterior: Rolagem de dívida ajuda Estado Próximo Texto: Setor privado investirá R$ 15 bi Índice |
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