São Paulo, sexta-feira, 27 de dezembro de 1996 |
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Estatais foram saneadas para venda, diz secretário
SILVANA QUAGLIO
O secretário de Energia, David Zylbersztajn, já comemora os êxitos do setor. "Conseguimos colocar as finanças das empresas em ordem, e, agora, elas estão prontas para a privatização." A Cesp é citada como exemplo pelo governo. Em 94, teve um prejuízo de R$ 520 milhões. Em 96, lucrou R$ 157 milhões. Segundo a Folha apurou, o governo calcula que embolsará cerca de R$ 8 bilhões com a venda da estatal, depois de pagas suas dívidas. Para o presidente Andrea Matarazzo, o lucro apresentado resulta do enxugamento e da mudança de cultura da empresa. O quadro de pessoal encolheu de 20 mil para 11 mil funcionários em dois anos. A empresa economizou R$ 900 milhões com reestruturações, segundo Matarazzo, e, ainda, melhorou a qualidade do serviço e do atendimento prestados. "Os funcionários que ficaram estão motivados e incorporaram nosso lema à sua cultura: mudando para competir", diz Matarazzo. Endividamento O problema é que toda a grandeza que a Cesp exibe nos indicadores de produção se repete quando o assunto é endividamento. A empresa é a maior geradora de energia da América do Sul, segundo o vice-governador do Estado, Geraldo Alckmin. Mas é também a estatal com maior dívida entre todas as estatais do país, de acordo com Matarazzo. A empresa deve R$ 11,5 bilhões. Fatura R$ 2,7 bilhões e paga R$ 2,4 bilhões só de juros. Por isso mesmo, segundo Zylbersztajn, a única saída para evitar que os ativos da estatal (R$ 23,6 bilhões) virem pó em cinco anos é a privatização. O setor elétrico de São Paulo, composto também pela CPFL e pela Eletropaulo (principal distribuidora de energia da América do Sul) soma patrimônio de mais de R$ 40 bilhões. (SQ) Texto Anterior: Renegociação da dívida vai facilitar as privatizações Próximo Texto: Procurador acusa ex-secretário do RN Índice |
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