São Paulo, sexta-feira, 27 de dezembro de 1996
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Exigência é maior para mulher

DA REPORTAGEM LOCAL

As mulheres são duplamente prejudicadas no mercado de trabalho. Exige-se delas mais escolaridade e experiência que dos homens. O salário, porém, é menor.
Esse é um dos principais resultados da avaliação do mercado de trabalho por gênero, segundo a pesquisa de economistas do Ipea sobre a Grande São Paulo.
A mulher empregada na região tem escolaridade média superior à do homem empregado. 44,4% delas têm de 2º grau incompleto a curso universitário, contra apenas 36,8% dos homens.
Entre 1988 e 1995, a escolaridade média da mulher empregada subiu mais que a do homem.
Segundo o economista Edgard Luiz Gutierrez Alves, um dos autores do estudo, isso significa que o mercado é mais seletivo com as mulheres.
"Para disputar espaço no mercado de trabalho, elas têm de ter escolaridade superior", disse.
Para a pesquisadora Paula Montagnier, da Fundação Seade, o fato de a mulher ter acesso a menos postos de trabalho faz com que a seletividade seja maior.
"Em geral, a mulher empregada tem uma escolaridade superior à do homem. Ela normalmente chega mais tarde ao mercado e passa assim mais tempo nas salas de aula", disse Montagnier.
Essa formação média superior não se traduz em salários superiores. Nem mesmo iguais. As mulheres recebiam, em média, 42% a menos do que os homens em 1995, segundo o estudo do Ipea.

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