São Paulo, sexta-feira, 27 de dezembro de 1996
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200 mil crianças ficam sem tríplice

ROBERTO COSSO
DA FT

Cerca de 200 mil crianças, só no Estado de São Paulo, vão iniciar o próximo ano sem ter completado o esquema de vacinação básica do primeiro ano de vida, por causa da falta de vacina tríplice (contra difteria, tétano e coqueluche).
A estimativa é de Regina Lucia Laudari, diretora-substituta do CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica). Segundo ela, mais da metade das crianças de até 1 ano no Estado já recebeu a vacina.
A tríplice deve ser aplicada a crianças com 2, 4, 6 e 15 meses. "Quem tomou uma ou duas doses já tem uma certa proteção", disse.
Segundo o infectologista Vicente Amato Neto, "as maiores prejudicadas com a falta da vacina são as crianças que ainda não tomaram a primeira dose".
Os estoques da tríplice acabaram em agosto, no país inteiro. Em setembro, o governo começou a distribuir uma vacina suíça que causou reações e foi recolhida.
A professora Ana Maria Coelho Andrade, 30, levou ontem a filha Rafaela a um posto de saúde na zona norte de São Paulo, para tomar as vacinas Sabin e tríplice, mas a menina só recebeu a primeira.
Segundo Maria de Lourdes de Souza Maia, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, as vacinas estão sendo analisadas pelo INCQS (Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde). "A liberação deve acontecer nos próximos dias."'
A possibilidade de as vacinas serem reprovadas não está descartada. O INCQS também testa vacinas feitas na Índia e pelo Instituto Butantan.

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