São Paulo, sexta-feira, 27 de dezembro de 1996
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Polícia cumpre menos mandados em 96

MARCELO OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O número de mandados de prisão cumpridos em 96 deverá ser 3,2% menor que o registrado ano passado, quando foram cumpridos 34.304 no Estado de São Paulo.
Até o final de novembro deste ano, a Delegacia de Capturas de São Paulo cumpriu 30.440 dos 68.233 mandados de prisão expedidos pela Justiça de São Paulo.
Nos primeiros 11 meses do ano, a média foi de 2.767 mandados cumpridos por mês. Se a média se repetir em dezembro, deverão ser cumpridos 33.207 mandados até o fim do ano.
Pelos dados apresentados, o setor de capturas teve eficiência de 44,61% -resultado melhor que o de 95, quando os mandados cumpridos representaram 42,27% do total de 81.150 recebidos.
Independentemente dos resultados deste ano, a Delegacia de Capturas, que começou o ano com 102.682 mandados de prisão não cumpridos em anos anteriores, termina o período com 173.539 mandados "na gaveta".
Segundo o delegado Darlan Dalton Marques, titular da 1ª Delegacia de Capturas, um dos motivos do acúmulo é que os mandados não caducam, ficando acumulados na delegacia.
"Apenas os da área cível (prisão por não-pagamento de pensão, por exemplo), quando completam dois anos, voltam ao Judiciário para reavaliação pelos juízes".
Nesse arquivo estão inclusos 2.896 mandados emitidos pela Justiça de outros Estados.
Segundo Marques, dois terços dos cerca de 300 mandados que sua delegacia recebe diariamente são da área criminal; a maior parte deles determina a prisão de condenados por crimes contra o patrimônio, principalmente roubo.
Único
A 1ª Delegacia de Capturas, único órgão da polícia que tem a atribuição exclusiva de cumprir mandados de prisão, tem um efetivo policial de 14 homens.
Marques explica que o efetivo é suficiente, pois a delegacia de capturas é mais dedicada às áreas logística e burocrática.
"Afinal, toda a polícia (segundo a Secretaria da Segurança Pública, o Estado de São Paulo possui efetivo de 107.086 policiais, militares e civis) pode prender".
A delegacia de capturas realiza, por exemplo, pesquisas para a Justiça, informando sobre o paradeiro de réus, testemunhas e vítimas.
Trabalhos semelhantes são feitos para as polícias de outros Estados e para a Polícia Federal. "Não há órgão de segurança que não conheça o nosso trabalho", afirma.
Segundo Marques, a 1ª Delegacia de Capturas só faz capturas em casos de emergência, atendendo "solicitações específicas de juízes, promotores e autoridades para casos considerados especiais".

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