São Paulo, domingo, 29 de dezembro de 1996
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Conheça quem 'vira' o ano no trabalho

DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto uns se divertem, outros têm de pegar no batente no último dia do ano, em setores que não podem parar.
"Sempre passo o Ano Novo trabalhando", diz Francisco Oliveira, 48, motorista de ônibus da Gatusa Transportes Urbanos. Ele diz que também trabalha no Natal, "para ganhar mais dinheiro".
O cobrador Aliomar da Silva, 49, que trabalha com Oliveira, também não vai folgar no dia 31. Com salário de R$ 438, conta que o pagamento extra dos feriados ajuda no orçamento familiar.
"Pedi à empresa que não tivesse folga, porque ganhamos um extra nos feriados", conta.
Maura Pinto de Lima, 46, não sabe o que é comemorar a passagem do ano desde 1974. Ela é atendente da Telesp (Telecomunicações de São Paulo) e há 22 anos passa a noite do réveillon na empresa.
A atendente trabalha das 19h15 à 0h50. "Claro que preferia estar com a família no dia 31, mas a gente se acostuma."
Alguns dizem que não se acostumam jamais. O piloto da Vasp (Viação Aérea de São Paulo) Flávio Acauí, 37, diz que é "sempre muito chato" ter de trabalhar na última noite do ano.
Neste ano, ele diz que vai ter uma dupla comemoração. "Além do réveillon em si, vou comemorar o fato de não estar trabalhando, graças a Deus."
Acauí conta que durante cinco anos teve de trabalhar no Ano Novo. "Já virei a noite no avião, em pleno vôo. Posso garantir que não tem graça nenhuma", diz.
"Além do mais, é muito bom a gente poder passar essa noite ao lado de quem nós gostamos."

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