São Paulo, terça-feira, 31 de dezembro de 1996
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Valorização da Bolsa SP supera 63%

CDB e FIF 60 lideram juros

GABRIEL J. DE CARVALHO
DA REDAÇÃO

As Bolsas de Valores lideraram o ranking das aplicações financeiras em 96, se recuperando da incômoda posição de lanterna no ano anterior. No segmento de renda fixa, o primeiro posto foi do CDB pré.
O Índice Bovespa, que reflete as ações mais negociadas na Bolsa paulista, fechou o ano com alta de 62,99%, se vingando da queda nominal de 1,26% em 95.
A valorização de 96, entretanto, foi mais concentrada no primeiro semestre. Até 28 de junho o índice já havia se valorizado 40,59%.
Em dólar, o IBovespa passou, neste ano, de um patamar de US$ 16 para US$ 24,6, um avanço de 53,8%. Sobre a inflação (IGP-M) o ganho real foi de 49,96%.
Esse índice, por ser ponderado, é fortemente influenciado por poucos papéis muito negociados no pregão, principalmente Telebrás.
Um indicador menos concentrado do mercado será lançado agora em janeiro pela Bovespa, com base no desempenho das ações de cem empresas com maior volume de negócios. Simulação do IBX (Índice Brasil) mostrou valorização de 42,9% de janeiro a novembro de 96, contra 55,06% do IBovespa.
Os preços no grupo de ações das empresas do setor elétrico, por exemplo, muitas delas já encaminhadas para a privatização, praticamente dobraram neste ano, segundo a empresa Economática.
O próprio Índice Senn da Bolsa do Rio, também uma carteira teórica, porém diferente da do IBovespa, subiu 39,55% em 96.
Esse percentual está mais próximo dos fundos de ações, que possuem carteiras diversificadas de ações e cuja rentabilidade média, informa a Anbid, foi de 30,78% neste ano, até 24 de dezembro.
Juros
As aplicações de renda fixa tiveram em 96 um comportamento previsível, com a queda gradual dos juros monitorada pelo Banco Central. Deram menos, porém sem o risco do mercado acionário.
Em 95, o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), parâmetro dos juros das aplicações, saiu de 3,48% em janeiro para 4,41% em março, a fase turbulenta do câmbio, fechando o ano em 2,73%.
Em 96, a trajetória do CDI foi sempre de queda (2,56% em janeiro para 1,79% em dezembro), com leve repique só entre julho (1,91%) e agosto (1,95%).
O CDB prefixado de grande investidor caiu de 32% para 20,70% ao ano (32 dias corridos e 21 úteis), acumulando 22,42% de taxa líquida de IR em 96. Em 97, com a CPMF, não será boa opção porque pagará 0,20% a cada renovação.
A aplicação menos rentável na renda fixa, excluindo os fundos de curto prazo, foi a poupança, com 16,34%. Só reagiu no final do ano. Mesmo assim deu ganho real de 6,54% sobre o IGP-M.
Os fundos de renda fixa de 30 e de 60 dias renderam, em média, 21,60% e 19,98% líquidos, embora as taxas nesse setor variem muito.
A lanterna de 96 ficou com o ouro: alta de 2,31%. O dólar comercial subiu 6,89% até ontem; o paralelo, 12%; e o turismo, 8,37%.

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