São Paulo, terça-feira, 31 de dezembro de 1996
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Europa avalia efeito Bosman e vê contratações aumentarem

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

As principais ligas da Europa tiveram um crescimento espantoso de contratações internacionais após um ano da sentença Bosman.
Jean-Marc Bosman, um jogador belga, ganhou na Justiça européia o direito de negociar seu próprio passe em detrimento do clube que o possuía. A decisão, que virou jurisprudência, fomentou negociações e transferências.
Segundo estudo da Uefa, a entidade que dirige o futebol no continente, o país que mais tem jogadores estrangeiros no momento é a Inglaterra -226 da União Européia e 29 de outros países -, 36% de seu total de profissionais.
Logo depois aparecem Espanha, com 140 estrangeiros (29%), e Portugal, com 137 (27,3%), dois países que se destacam por terem contratado mais atletas não-europeus. Ainda constam na lista Alemanha (109 ou 27%), Itália (87 ou 17,1%) e França (75 ou 18,4%).
"Essas proporções são alarmantes", afirmou o secretário-geral da Uefa, Gerhard Aigner. "Algumas equipes contam com verdadeiras seleções internacionais."
O estudo mostra ainda que tal onda de contratações está provocando o êxodo de jogadores juvenis, que estariam deixando seus países em busca de trabalho.
Neste ano, 41 atletas considerados promessas na Noruega foram para o exterior. Na França, 27.
A tendência seria uma ameaça às seleções nacionais. "As partidas de seleção influem na relação entre jogador e clube", explica Aigner.
Também segundo o dirigente, clubes famosos por revelar talentos estariam repensando suas políticas de formação de atletas.
Outro crítico do movimento é o treinador da seleção alemã, Berti Vogts, campeão europeu em 96.
"A Alemanha produz talentos bem razoáveis. O único problema é que eles têm nome e passaporte alemães. Mayovic soa melhor que Mayer", declarou.

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