São Paulo, terça-feira, 31 de dezembro de 1996
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Versão de "Ópera do Malandro" causou polêmica

DANIELA ROCHA
DA REPORTAGEM LOCAL

À época do lançamento nos cinemas, "Ópera do Malandro" causou algumas polêmicas. Foi chamado de "musical alemão no Brasil" pelo crítico Sérgio Augusto, na Folha, o que resultou em respostas ferinas de Ruy Guerra.
"Nunca vi um musical alemão e não percebo em meu filme qualquer influência do cinema germânico", contestou em entrevistas concedidas a vários jornais.
Hoje, dez anos depois, Ruy Guerra afirma que dá o mesmo peso à critica que deu no passado.
"O Sérgio Augusto é um dos raros críticos competentes. Me surpreendeu seu argumento pouco estruturado, sem fundamento, simplesmente porque o texto do Chico é baseado em um texto de John Gay que foi adaptado por Bertolt Brecht em alemão."
Além desse caso, também provocaram o cineasta as afirmações de que os atores não teriam preparação para atuar em musical, no qual cantavam e dançavam.
"É claro que não temos uma tradição de musical no cinema que permita ter grandes atores bailarinos. Isso é passível de ser criticado, mas não de forma tão definitiva e arrasadora", disse.
Ruy Guerra afirmou que produtores sugeriram que os personagens centrais fossem dublados por Caetano Veloso e Gal Costa.
"Neguei, não porque achasse que os atores cantavam melhor que Caetano e Gal, mas porque ficaria mais original se os próprios atores cantassem", disse.
O filme custou US$ 2 milhões e não contou com recursos da Embrafilme, órgão estatal para produção de cinema depois extinto pelo governo de Fernando Collor.
"Ópera do Malandro" é uma co-produção franco-brasileira e teve mais de 1 milhão de espectadores brasileiros na época em que esteve no circuito, segundo Ruy Guerra.
(DR)

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