São Paulo, terça-feira, 31 de dezembro de 1996
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Joni Mitchell 1; Joni Mitchell 2; Golpe de Estado 1; Golpe de Estado 2; Luis Salinas; OMD

MARCELO REZENDE; LUIZ ANTÔNIO RYFF

Joni Mitchell 1
Quantos preferem a ensolarada Califórnia às ruas de Paris? Muitos, talvez, mas apenas Joni Mitchell diria que é porque "a cidade é velha e fria". Assim diz "California", de 1971, sucesso incluído em "Hits" (Wea), uma coletânea que traz ainda "The Circle Game", "Chelsea Morning" e, claro, "Woodstock", hino para o festival de "paz e amor" ocorrido na América em 1969. Um pouco agridoce. Um pouco, hoje, sem muito sentido.
(MR)

Joni Mitchell 2
"Misses" (Wea) é uma espécie de resgate do que foi abandonado em "Hits". A Joni Mitchell da fase jazzística, dos discos "Mingus" e "Dog Eat Dog", está presente nas canções "Impossible Dreamer" e "The Wolf that Lives in Lindsay". Mitchell troca o discurso francamente hippie pela sofisticação das melodias, mas não abandona o "esquema Bob Dylan" para falar da realidade, com imagens surreais e melancólicas do mundo.
(MR)

Golpe de Estado 1
A banda de hard rock Golpe de Estado desfrutou de algum prestígio em São Paulo nos anos 80, mas não chegou a ter seus 15 minutos de glória. Lançado agora em CD, o disco "Golpe de Estado" (Baratos Afins, tel. 011/223-3629) é uma boa justificativa para a banda nunca ter estourado. São bons instrumentistas -destaque para o baterista Paulo Zinner-, mas as letras são fracas e as músicas, previsíveis e pouco inspiradas.
(LAR)

Golpe de Estado 2
O segundo disco do Golpe de Estado, "Forçando a Barra" (Baratos Afins), tem produção mais apurada e apresenta convidados ilustres -como André Christovam, Arnaldo Antunes e Branco Mello. Assim como o outro disco, relançado agora, este traz faixas bônus ao vivo. Mas a principal característica do grupo é o vocalista Catalau. Quem já viu o Golpe de Estado ao vivo sabe que ele tem muita pose e pouca voz. Tem gente que gosta.
(LAR)

Luis Salinas
O rotundo guitarrista argentino Luis Salinas foi apresentado ao público brasileiro no início do mês por B.B.King, que deu uma colher de chá para Salinas dar uma canja no final de seus shows. Como fazem parte da mesma gravadora, a MCA, dá para desconfiar. Mas quem viu o argentino em ação pôde perceber que ele é muito bom. O CD "Salinas" é a confirmação. Tira sons límpidos em sua mistura de jazz a bossa nova e outros ritmos.
(LAR)

OMD
"Não culpe as estrelas que estão acima de nós, pois tudo foi feito por amor". O verso infantil, inarticulado e balbuciante está em "Universal" (Virgin), o novo trabalho do velho Orchestral Manoueuvres in the Dark, um dos vários grupos britânicos da década passada que pensavam os sintetizadores como o veículo ideal para o pop perfeito. Fruto de um tempo que exigia a modernidade de forma obsessiva, terminaram no papel de relíquia.
(MR)

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